A união que faz a força
Administradora do Amor de Mãe detalha como o grupo de empreendedorismo ajuda mulheres a obterem independência financeira

Foto: Renato Matos
De acordo com a Rede Mulher Empreendedora, 68% das mulheres empreendedoras no Brasil resolveram montar o próprio negócio para conciliar trabalho com a família. Porém, mesmo ao buscar essa alternativa, os desafios para essas mães ainda são grandes.
A falta de estrutura, conhecimento e apoio da sociedade em geral, em muitos casos, podem fazer as mulheres desistirem do seu sonho e se tornarem ainda mais infelizes na vida profissional.
Por isso foi criado o grupo Amor de Mãe, que diariamente apoia e ajuda milhares de empreendedoras a conquistarem seu espaço.
Nesta entrevista ao CIDADE CONECTA, a administradora do grupo, Márcia Machado, conta sobre esta importante experiência em ajudar e orientar quem precisa.
O que é o grupo Amor de mãe? Quem pode participar?
Reúne mulheres de todas as idades, classes sociais e personalidades distintas para se apoiarem, trocarem experiências, realizarem networking e colocarem o próprio negócio em evidência.
Qual a importância dessa rede de apoio mútuo?
Ouvimos relatos de pessoas que não sabiam mais o que fazer para cuidarem dos filhos pela falta de renda adequada. Muitas vezes, sem conseguir emprego, elas optam por abrir um negócio, mas como nunca tiveram acesso a informação de qualidade, acabam fechando com poucos meses. Em nosso grupo, a intenção é fazer com que essas mães se sintam acolhidas e à vontade para conversarem com quem entende do assunto, além de se inspirarem em outras histórias.
Quando surgiu essa ideia?
Há três anos, em 2019, a iniciativa foi além das redes sociais. Após realizar uma feira no Shopping Del Rey para o Dia das Mães, o público foi tão receptivo que a ideia se tornou maior. Juntas, as integrantes do grupo construíram a primeira loja colaborativa materna de Minas Gerais. Mais de 40 mulheres empreendedoras tiveram a oportunidade de expor seus produtos. O modelo da loja foi todo pensado para que elas pudessem de fato conciliar vida profissional e pessoal, já que a cada dia da semana elas revezavam no atendimento. Assim, enquanto algumas atendem os clientes, outras cuidam da rotina dos filhos.
Como é feita a divisão de tarefas?
Dentro da loja, existem vários estandes em que os clientes podem encontrar um pouco de tudo. Dividimos os custos (salário) das vendedoras entre nós. Enquanto isso, temos uma filosofia de que o sucesso só é possível se todas estiverem juntas. Então, todas aprendem um pouquinho e trocam experiências para apresentar o produto de cada uma no processo de atendimento, criando uma experiência completa e de carinho com o cliente, além de serem parceiras e fazerem todos os negócios se destacarem juntos.
Recentemente, foi inaugurada a primeira loja de rua. Poderia contar mais sobre essa experiência?
É algo que traz uma mudança real e significativa na vida dessas mães. Agora, elas têm a oportunidade de expandir suas vendas para o grande varejo. Foi uma coisa que nasceu totalmente despretensiosa, pois nós queríamos conectar as mães empreendedoras e acabou virando dezenas de pessoas envolvidas nesse projeto, desde as empreendedoras até as equipes dos shoppings, clientes e etc.
Um dos principais diferenciais do espaço que chama tanta atenção e permite tal crescimento é o fato de que, dentro das lojas, não se vende apenas alguns produtos, mas ideias, troca de conhecimento. Como é essa rotina?
Nossa loja não tem um produto específico. Somos várias mães, com experiências e segmentos diferentes. Então, o que nós vendemos é a ideia de que quando você entra e compra um desses produtos, você está ajudando uma mãe a ter independência, a se libertar. Aqui, vendemos a ideia de que juntas somos mais fortes.