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Empresas de tecnologia e operadoras de saúde de olho na telemedicina

Investimentos da startup Conexa e ampliação de consultas on-line da Unimed-BH são exemplos de como empresas do segmento têm apostado no novo modelo de atendimento.



Já uma realidade na área de saúde, a telemedicina tem ganhado força mesmo após a fase de restrições após a pandemia. A modalidade, aliás, já recebeu regulamentação pelas entidades médicas e agora precisa de regras aprovadas no Congresso Nacional.


Nesta semana, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou a Resolução nº 2.314/2022 que define e regulamenta a telemedicina no Brasil, como forma de serviços médicos mediados por tecnologias e de comunicação. A norma, fruto de um amplo debate reaberto em 2018 com entidades médicas e especialistas, passa a regular a prática em substituição à Resolução CFM nº 1.643/2002 e entra em vigor a partir da data de sua publicação.


“Baseada em rígidos parâmetros éticos, técnicos e legais, a norma abre as portas da integralidade para milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do Sistema Único e Saúde (SUS) e, ao mesmo tempo, confere segurança, privacidade, confidencialidade e integridade dos dados dos pacientes”, destacou o presidente do CFM, José Hiran Gallo.


Para ele, trata-se de um método que, especialmente durante a pandemia, demonstrou sua grande capacidade de levar assistência às cidades do interior e beneficiar também os grandes centros, reduzindo o estrangulamento causado pela demanda e pela migração de pacientes em busca de tratamento.


A norma assegura ao médico devidamente inscrito nos Conselhos Regionais de Medicina a autonomia de decidir se utiliza ou recusa a telemedicina, indicando o atendimento presencial sempre que entender necessário. Essa autonomia está limitada aos princípios da beneficência e não maleficência do paciente e em consonância com os preceitos éticos e legais.


“A consulta médica presencial permanece como padrão ouro, ou seja, referência no atendimento ao paciente. Mas a pandemia mostrou que a telemedicina pode ser um importante ato complementar à assistência médica, permitindo o acesso a milhares de pacientes”, destacou o relator da norma, Donizetti Giamberardino.


O ponto de partida para a elaboração da recém-aprovada Resolução, segundo ele, foi também colocar a assistência médica brasileira em sintonia com a inovação e os avanços da tecnologia.


Com base nessas novas regras, empresas de tecnologia e planos de saúde têm investido e se dedicado a entender melhor o método, a fim de oferecer melhores serviços a seus clientes/pacientes.


É o caso, por exemplo, da Conexa Saúde, startup investida do BMG UPTech, que acaba de levantar R$ 200 milhões numa rodada liderada pela Goldman Sachs Asset Management para financiar seus planos de expansão de seu portfólio de serviços. Os investimentos foram iniciados pela Goldman, que aportou R$ 140 milhões; a General Atlantic, R$ 50 milhões; e a Igah Ventures e a Endeavor Scale-Up investiram os R$ 10 milhões restantes.


Fundada em 2016, a Conexa oferece serviços de pronto-atendimento virtual; atendimento especializado, com 30 especialidades médicas; atenção primária; e o atendimento de saúde mental.


Com este aporte de investimentos, o plano da Conexa é passar a ofertar dois novos serviços: o monitoramento de doenças crônicas – como diabetes e obesidade –, e a coordenação de todo o cuidado do paciente para as operadoras.


As operadoras de saúde também têm apostado na telemedicina. Na Unimed-BH, por exemplo, após mais de dois anos em funcionamento, a equipe da teleconsulta já realizou mais de 765 mil atendimentos, em diversas especialidades.


Os atendimentos não têm cobrança de coparticipação. Basta acessar ou o aplicativo, fazer o agendamento e a disponibilidade de horários é atualizada a cada hora. O cliente, então, recebe um link pelo celular e pelo e-mail para acesso à consulta. No caso de atendimento pediátrico, a criança deve estar acompanhada de um responsável.


A partir de julho, para atender a alta demanda de casos de síndromes respiratórias, a Unimed-BH ampliou o horário de atendimento da consulta on-line, que passou a funcionar 24 horas.


Foto: Divulgação CC / Unimed BH


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