Entrevista com Alexandre Cymbalista: Turismo que educa
Executivo de empresa pioneira em viagens de conhecimento reforça a importância das pessoas terem experiências significativas ao vivenciarem outros lugares

Alexandre Cymbalista: “estamos aguardando ansiosamente os viajantes mineiros” (Foto: Latitudes/Divulgação)
A Latitudes se prepara para mais uma edição especial (a sexta) do Private Jet Expedition Around the World, desta vez pelas Civilizações Antigas e as Rotas para o Novo Mundo. A expedição a bordo com Boeing 757-200 sai de São Paulo no dia 25 de outubro e retornar no dia 19 de novembro; vai levar 48 viajantes a oito países na companhia de três especialistas, passando por sete Patrimônios da Humanidade da Unesco.
A expectativa é de mais uma viagem que traga uma experiência singular, segundo o diretor da empresa, Alexandre Cymbalista. “O sucesso das edições anteriores a bordo do jato reforça nosso compromisso em oferecer aos viajantes a oportunidade de viver uma experiência inesquecível em um curto período, dedicando cada minuto a criar memórias duradouras”, acrescenta.
Segundo ele, os últimos anos mostraram a importância das pessoas terem momentos de pausa e viverem experiências significativas. “É o que buscamos oferecer aos nossos clientes nesta jornada para destinos tão relevantes para a civilização mundial”, afirma.
Nesta entrevista ao CIDADE CONECTA, Cymbalista detalha sobre esta aventura cultural e histórica incrível, que faz parte do DNA da empresa fundada há 20 anos, pioneira na produção de viagens de conhecimento no Brasil.
Como é a idealização deste roteiro? É feita uma pesquisa de mercado para determinar os lugares por onde os turistas vão visitar? Neste ano o tema foram patrimônios da humanidade. Mas sempre tem um tema?
São muitos fatores que interferem na escolha dos destinos, mas, além de serem lugares que estejam entre os mais espetaculares da Terra, seja por sua natureza ou por suas particularidades históricas e culturais, é muito importante que não sejam lugares fáceis de chegar. Lugares que, se fossem visitados pelas rotas normais de aviação comercial, demandariam uma viagem inteira dedicada exclusivamente àquele destino. Esta é a grande vantagem de uma viagem dessas: você conecta diretamente destinos fabulosos, algo que jamais seria possível na aviação comercial. Além disso, outros fatores como clima, diversidade natural, hotelaria, qualidade geral da estrutura de apoio aos serviços personalizados, fazem diferença. Sempre temos um tema. Essa é a nossa assinatura e nosso grande diferencial: além de visitar os lugares, conhecer a história das pessoas que vivem nele, como viviam seus ancestrais, como suas culturas e crenças foram sendo lapidadas cria uma conexão muito maior entre o viajante e o mundo. Você se sente parte de um todo muito maior e mais diversos, e isso transforma muitas pessoas. Por isso a presença dos especialistas é tão fundamental, e faz toda a diferença. Na parte prática, buscamos sempre um tema comum entre a maior parte dos destinos, que funcione como uma espinha dorsal, e dele vamos ampliando subtemas e pontos de vistas possíveis. Nesse ponto, a conversa com os especialistas também faz parte do planejamento, e assim vamos ligando os pontos.
Nesta edição, o que é novidade? Ou seja, locais que nunca foram explorados? Ou a ideia é repetir locais para que o turista aproveite mais e melhor as experiências propostas?
Existem várias novidades: na Indonésia, vamos a Flores e Komodo, ilhas paradisíacas e pouco conhecidas, assim como Fiji e suas águas azuis cristalinas. Na Índia, iremos a Hampi, um lugar espetacular repleto de belíssimas construções do século 14, quando foi capital do grandioso império Vijayanagara, e que continuam intactas. Iremos a Al Ula, na Arábia Saudita, que abriu recentemente suas portas ao turismo mundial, e é uma preciosidade arqueológica. No meio de tantos destinos diferentes, é importante ter um equilíbrio com destinos que sejam um pouco mais conhecidos, mas que também tenham atrativos fabulosos, pois isso traz segurança e tranquilidade ao viajante. Alternar um destino urbano com natureza selvagem, por exemplo, é um bom equilíbrio, assim como ter uma parada em algum hotel paradisíaco de praia para recarregar as energias e dormir ouvindo o barulho do mar. Nesta viagem, além dos destinos já citados, iremos à Ilha de Páscoa, a Sydney (Austrália), ao Parque Nacional do Serengeti (Tanzânia) e a Granada (Espanha). Em todos os destinos, personalizamos as experiências para o que viajante viva aquele momento da melhor forma, com o máximo de atenção aos detalhes. Embora nosso avião tenha 48 lugares, para os passeios em terra nós dividimos esse grupo em turmas menores. Não, não andamos pra lá e pra cá com 50 pessoas. Normalmente o grupo completo se encontra no avião, nas palestras com os especialistas e nas confraternizações, que são muitas.
Quem são esses especialistas que acompanham os turistas (perfil deles)? E como são selecionados pela Latitudes?
Os especialistas que acompanham essa viagem já costumam viajar com nossos grupos há alguns anos. A diferença é que essa viagem tem uma duração maior, o que significa uma convivência mais intensa. Na prática, a chance de aprofundar os debates são muito maiores, bem como a possibilidade de elevar o grau de conhecimento sobre determinados temas. Imagine ter a exclusividade de tomar um café da manhã com nosso especialista em História, ou avaliar suas fotografias ao lado de um experiente fotógrafo. São esses momentos que tornam essa viagem pra lá de especial e única. Entre eles estão o historiador Luiz Estevam Fernandes; o especialista em geopolítica, Jaimes Pitzcovsky; e o fotógrafo especializado em história natural da terra, Adriano Gambarini.
Há opções dessas viagens para grupos corporativos ou são mais voltadas ao turista “avulso”?
A Latitudes, desde 2012, também trabalha com clientes corporativos. Missões empresariais, benchmarking, viagens de incentivo, premiações e muito mais. Portanto, é totalmente possível que a viagem de Private Jet seja realizada para grupos corporativos, com algumas pequenas adaptações. Inclusive, já recebemos solicitações de empresas interessadas neste modelo. Imagine premiar uma equipe ou presentear seus melhores clientes com um produto tão exclusivo? Certamente, será uma experiência memorável.
No Brasil, quais os estados que mais procuram essas viagens? Como é a procura os mineiros (frequência, quantidade)?
Estamos aguardando ansiosamente os viajantes mineiros. As edições anteriores contaram com viajantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Ceará, Paraíba, Paraná e Goiás. Na edição de 2023, a viagem terá início no exclusivo Hotel Tangará, em São Paulo. Neste caso, estamos oferecendo uma série de comodidades para os viajantes de outros estados, a fim de que possam chegar tranquilamente de seus destinos de origem e encontrar com o grupo uma noite antes do embarque.