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Entrevista: Negócios inteligentes

Para ajudar empreendedores, Roque Almeida cria empresa que reúne áreas de consultoria, pesquisa de mercado, criatividade, operações, gestão de pessoas e marketing digital

Roque Almeida, do grupo Matter&CO (Foto: Matter&Co/Divulgação)

Quando recebeu sua primeira oportunidade de trabalho, aos 14 anos de idade, como office-boy no Banco Brasília, Roque Almeida ainda não imaginava que, em pouco tempo, sua carreira tomaria novos rumos. Também não podia imaginar que suas experiências em cargos de liderança em áreas como logística, finanças, suprimentos e operações lhe trariam uma bagagem tão completa, que o levaria a criar sua própria empresa: a Smart Business Lab, uma consultoria em estratégia e gestão.

Hoje, com mais de 25 anos de experiência em gestão multidisciplinar de empresas, o empresário mineiro administra o grupo Matter&CO, um ecossistema de inteligência de negócios, que conta com empresas nas áreas de consultoria, pesquisa de mercado, criatividade, operações, gestão de pessoas e marketing digital.

Nesta entrevista ao CIDADE CONECTA, ele descreve como é gerir um grupo que tem um portfólio com mais de 700 projetos, em 24 estados do Brasil, com taxas de satisfação e recompra acima de 90%.


Você pode contar um pouco da sua história de empreendedor? Como o empreendedorismo entrou na sua vida?

Eu imaginava que criaria meu próprio negócio aos 40 anos, mas aconteceu aos 29. Mas, muito antes disso, aos 14 anos de idade, eu já trabalhava para ajudar em casa. Na época, minha mãe era comerciante de telefones e meu pai advogado, mas por causa da perda de saúde e patrimônio deles eu tive que encontrar uma forma de contribuir com a renda. Comecei como office boy no Banco de Brasília e, em um ano e meio, já tinha alcançado um cargo de liderança. Também fui gerente de logística de uma importadora de equipamentos de saúde e pesquisa, analista de suprimentos e contratos, superintendente de gestão e finanças e gerente de operações. Toda essa bagagem me ajudou na hora de criar a Smart Business Lab, que começou em um escritório improvisado em casa e se transformou na Matter&Co, um grupo empresarial e ecossistema de inteligência de negócios formado por cinco empresas. Hoje, temos mais de 700 projetos, de 24 estados do Brasil, com taxas de satisfação e recompra sempre acima de 90%. Atendemos desde startups, até grandes negócios, passando por construtores, indústrias, e também em empresas que atuam no mercado de luxo.


E quando você percebeu que poderia criar um negócio que ajudaria outros empreendedores também?

Eu sempre acreditei na educação e no empreendedorismo como fatores de transformação da sociedade. E tinha em mim esse propósito de orientar empreendedores que querem fazer a diferença e fazê-los alcançar seus objetivos mais rapidamente. Foi a partir disso que nasceu a Smart, que foi a minha primeira empresa especializada em consultoria de negócios. Eu criei a Smart porque vi a necessidade de maior integração entre os diversos setores de uma empresa para o desenvolvimento sustentável do negócio. Ao longo da minha carreira, sempre que eu mudava de área, eu construía uma nova base de conhecimento, e pude liderar equipes ao longo desse processo. A Smart é a junção disso, uma gestão multidisciplinar do negócio.


Sua primeira empresa acabou se transformando em um ecossistema de inteligência de negócios. Você pode explicar melhor esse conceito?

Na Matter&Co reuni empresas que, primeiro, eram parceiras e são complementares entre si em termos de produtos e serviços e, segundo, são de inteligência empresarial. Atendemos à demanda desse novo mundo acelerado pela pandemia com empresas que conectam inteligências diversas para entregar ao cliente as soluções que ele precisa agora para prepará-lo para o futuro. No grupo temos a Smart Business Lab Empresa, que é uma consultoria em estratégia e gestão de negócios; a Umanse, que é uma recrutadora de talentos; a BeePo Serviço, que assume as operações de rotina das empresas; a GO! Intelligence consultoria em inteligência de mercado, a IN3, empresa de ciência de dados; e a Jumppi, que é uma empresa de pesquisas acadêmicas e de mercado. A partir das diferentes expertises desses negócios realizamos projetos de aceleração de empresas que sozinhos, seria impossível. Sempre falamos que não adianta resolver um problema de finanças dentro da empresa e criar um outro na área comercial. É preciso pensar o todo e a ideia do ecossistema demonstra isso. O cliente cada vez mais precisa ser acompanhado na sua jornada e não dá para resolver problemas complexos com soluções simples. E não dá também para ter todas as competências dentro de casa. Além de caro é enviesado. Precisamos de ideias e pensamentos diversos para decodificar os desafios das organizações.


Por muito tempo vivemos uma “onda das consultorias”. Você acredita que agora passamos por um novo momento que seria uma “onda de execução”?

Acredito que o cenário de pós-pandemia, quando as atividades voltam e a economia reaquece, impulsiona sim essa lógica de “execução”. As empresas vão apostar em ações estratégicas mais práticas que dão tração aos seus negócios, assim como em ações para acelerar seu crescimento e recuperar possíveis prejuízos do período do isolamento social. Mas é válido lembrar que, embora esse momento seja mesmo de arregaçar as mangas e partir para a ação, isso não quer dizer que a empresa não precisa estar atenta e revisitar seu planejamento, revendo estratégias e metas. Nesse sentido, a consultoria não perde seu valor, pelo contrário, se torna ainda mais importante. Mas é preciso uma visão mais moderna da estratégia, algo menos professoral e que adiciona ao dia-a-dia das empresas.


Quais serão os principais desafios dos empreendedores no pós-pandemia e depois das eleições, e como estar preparado para eles?

Vários segmentos estão deteriorados depois desses últimos três anos difíceis. Muitas empresas estão machucadas pela crise que alguns setores passam, mas daí nascem muitas oportunidades também. Os concorrentes também estão frágeis e a falta de matéria-prima e produtos faz com que a criatividade possa salvar muitos negócios. Inovações incrementais em seus modelos de negócio podem ajudar as ameaças a virarem oportunidades dentro das empresas.



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