O empate do Galo na Libertadores
Atualizado: 3 de abr.
Com mais um belo gol anotado, Paulinho se firma como um dos destaques do Atlético na temporada.

Foto: Pedro Souza
O Galo fez um bom jogo contra o Millonarios na Colômbia na última quartafeira, 8. Não foi brilhante, mas se apresentou soberano por mais minutos do que o adversário; criou número superior de chances claras. Hulk, por exemplo, desperdiçou duas oportunidades de modo bem atípico – uma delas em uma cavadinha, especialidade do seu vasto repertório –, em rara noite infeliz.
Para um espectador desavisado, pouco iniciado nas alçadas táticas, talvez a saída de Pedrinho do time titular para a entrada de Otávio indicasse necessariamente um alvinegro pouco ousado fora de casa. Este cenário não se desenhou. Em nenhum momento dá para dizer que o Atlético pecou por uma cautela exacerbada – tampouco que se lançou ao ataque de maneira veemente por longos períodos.
Desejado pelo também poderoso Palmeiras, Allan, em função da utilização de Otávio, deixou de ser aquele primeiro volante absoluto, o regente que organiza tudo de trás, o elo mais recuado do meiocampo, ganhando, em diversos instantes, liberdade para avançar, seja para receber a bola um tanto adiante, seja para apertar a saída inimiga. Parecia ora funcionar como o integrante centralizado de um trio de meias – 4-1-3-2, com Otávio sendo o “número um” –, ora formar uma dupla de volantes com o último citado – que teve sólida atuação, diga-se – num 4-4-2 – no qual, na fase defensiva, na segunda linha, enquanto Patrick fechava o lado esquerdo, Edenilson auxiliava Saravia no outro flanco.
Pela ausência de pontas de ofício – Keno, Savarino, Ademir... –, vira e mexe batia certa sensação de que os mineiros eram pouco agudos, verticais. Este traço deverá ser dirimido com o tempo, uma mais profunda assimilação do que Coudet deseja e, principalmente, com o retorno de Arana.
Individualmente, mais uma vez, destaque para o talento e para a personalidade de Paulinho. Que contratação! Se o jovem já vinha agradando pelos bons passes distribuídos para – entre outros – Hulk na temporada, fomos brindados com a maestria dele também para concluir. E a completude do seu jogo não para por aí: novamente parceiro do super-herói alvinegro no ataque, não esqueçamos que ele pode render bastante também mais recuado, construindo por dentro ou agredindo pelas beiradas.