• junho 4, 2024
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Câncer: atividade física é benéfica para pacientes na terceira idade

Câncer: atividade física é benéfica para pacientes na terceira idade

Esta é a primeira pesquisa que mostra a eficácia de um programa de exercícios remotos para a melhora da qualidade de vida de pacientes oncológicos na terceira idade

 

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Um estudo inédito revela os benefícios substanciais de um programa remoto e supervisionado de atividade física com duração de 12 semanas no bem-estar e nos sintomas da doença em idosos com câncer no Brasil (Foto: Freepik)

 

 

A prática de exercícios físicos regulares durante o tratamento de câncer tem um papel importante nos desfechos clínicos e na qualidade de vida do paciente. Um estudo inédito liderado pelo oncologista da Oncoclínicas&Co, Paulo Bergerot, revela os benefícios substanciais de um programa remoto e supervisionado de atividade física com duração de 12 semanas  no bem-estar e nos sintomas da doença em idosos com câncer no Brasil.

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Os resultados desta pesquisa foram apresentados no maior congresso de oncologia do mundo, o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), que acontece até esta quarta-feira (4). A pesquisa é pioneira ao avaliar o impacto deste programa de exercícios físicos em pacientes da terceira idade.

Com a participação de 41 idosos, com idade média de 70 anos, foi prescrito um programa de atividades que incluiu exercícios de resistência e aeróbicos, realizados por 3 a 5 horas semanais (4 a 6 dias por semana). Os tipos de câncer mais comuns entre os integrantes do estudo foram mama (26,8%), genitourinário (22,0%) e pulmão (17,1%), todos diagnosticados em estágios avançados. De acordo com Paulo Bergerot, ficaram evidenciadas melhorias notáveis em vários aspectos.

“Entre os benefícios relatados estão a redução de dor, fadiga e náusea, além de uma diminuição significativa nos níveis de depressão e ansiedade”, afirma o médico.

Os resultados mostram que a incorporação deste programa remoto de atividade física pode ser uma estratégia eficaz não apenas para melhorar o bem-estar geral, mas também para minimizar os sintomas adversos associados ao tratamento oncológico.

“A implementação de projetos que estimulem a exercício físico no cotidiano dos pacientes idosos com câncer ou que proponham exercícios físicos podem representar um grande avanço oncologia e, certamente, pode ajudar sobremaneira na qualidade de vida dos pacientes e no manejo de efeitos colaterais de tratamentos em curso ou eventuais seqüelas de tratamentos anteriores”, ressalta o pesquisador.

A conclusão do estudo reforça a recomendação da prática de atividades físicas para pacientes com câncer e destaca a importância de desenvolver programas que sejam acessíveis e personalizados, especialmente para a população idosa.

“A prática de exercícios que já é bem estabelecida como medida preventiva a diversas doenças, incluindo câncer, deve cada vez mais ser vista como um componente de grande potencial, sendo capaz de contribuir significativamente durante o tratamento oncológico”, finaliza o oncologista.

 

Câncer de pulmão: terapia-alvo e quimioterapia revolucionam o tratamento

 

 

O tipo de tumor que mais mata no mundo, o de pulmão, mereceu especial atenção da comunidade médica nas últimas décadas . Também não foi diferente no principal congresso global de oncologia, Asco, com apresentação de estudos em diferentes painéis. Uma das pesquisas de maior impacto, apresentada nesta segunda-feira (03), trouxe dados que acenam para novas frentes de adoção do osimertinib, uma medicação que atua no chamado receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), para casos  de câncer de pulmão estadio 3.

 

 

“Esses pacientes faziam habitualmente quimioterapia e radioterapia, mas agora temos no horizonte um estudo mostrando que para pacientes com mutação no gene EGFR, a terapia-alvo também melhora a eficácia do tratamento”, explica William Nassib William Jr., líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas.

 

 

Chamado de Laura, a pesquisa fase 3 liderada por Suresh S. Ramalingam, da Emory University School of Medicine, de Atlanta (Eua), mostra resultados de sobrevida global encorajadores, trazendo perspectivas de grandes benefícios da combinação a longo prazo.

 

 

 

“Os dados apresentados indicam uma descoberta revolucionária. O estudo revelou que o uso do inibidor da tirosina quinase EGFR, osimertinib, melhora significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (NSCLC) estágio III, irressecável, após quimiorradioterapia. Os resultados indicam que a medicação oferece uma taxa de sobrevida de 39,1 meses, em comparação com apenas 5,6 meses com placebo. Esses resultados oferecem esperança renovada para pacientes com mutações EGFR e consolidam o osimertinib como uma nova referência em terapias direcionadas”, explica o oncologista.

 

 

O estudo envolveu 216 pacientes de 17 países, divididos aleatoriamente para receber osimertinib ou placebo. A maioria dos participantes eram mulheres e de origem asiática, com idades médias de 62 e 64 anos, respectivamente.

 

 

“O benefício foi consistente em todos os subgrupos predefinidos, incluindo sexo, idade, histórico de tabagismo e estágio do câncer. Os resultados do LAURA redefinem o paradigma de tratamento, demonstrando que o osimertinib supera significativamente a imunoterapia para pacientes com mutação EGFR, estabelecendo um novo padrão de cuidado”, diz William William.

 

 

 

 

 

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