- junho 27, 2025
- 6 minutos
Entrevista: Excelência no atendimento

Antônio Carlos Ferreira fala sobre como o acolhimento e a empatia podem ser o diferencial no dia a dia de um médico intervencionista

O médico Antônio Carlos Ferreira é cardiologista intervencionista da Rede Mater Dei. Formado em medicina pela UFMG, possui especialização em Angioplastia Coronariana no Instituto do Coração (InCor) de São Paulo. Atualmente, é ele quem coordena o Centro de Hemodinâmica do Hospital Mater Dei Santo Agostinho. Antonio Carlos também é coordenador médico do Centro de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP – Ipsemg) e médico hemodinamicista do Hospital Vila da Serra. Nesta entrevista ao CIDADE CONCETA, o médico fala um pouco da sua trajetória e sobre como o Brasil se posiciona diante dos avanços da cardiologia intervencionista mundial em busca da excelência no atendimento aos pacientes.
Quais foram os momentos mais decisivos da sua carreira que o levaram à posição de liderança na hemodinâmica do Mater Dei Santo Agostinho?
Penso que vários momentos foram importantes, mas destacaria o período de estágio e aprimoramento profissional com o Dr. Ariê no Incor de São Paulo em 1993. Neste momento, o aprimoramento gerou não apenas conhecimento e estar em atualização em um centro de nível mundial, mas também entender e saber que poderia trazer e fazer algo muito similar aqui em BH e no Mater Dei. Lembro de meu compromisso com o Dr Salvador de levar ao paciente tudo de mais moderno e disponível na cardiologia intervencionista no Brasil: ou aprendemos o que for inédito, ou traremos pessoas capacitadas para nos ensinar; e temos mantido essa premissa desde então.
Como você enxerga o papel da empatia no atendimento ao paciente em um ambiente de alta complexidade como a hemodinâmica?
Empatia, acolhimento, informação, comprometimento e sinceridade são molas mestras na minha vida profissional e fazem parte de quem busca excelência no atendimento aos pacientes. A empatia faz com que os momentos tensos e inseguranças vividos na fase de tratamento de cardiologia intervencionista, possa ser manejado de maneira muito mais fácil e tranquila. Julgo ser essencial.
O que mais o inspira no dia a dia da hemodinâmica? Ainda há espaço para emoção na medicina intervencionista?
O que me inspira mais é conseguir levar aos meus pacientes, a excelência no atendimento e no tratamento. Fazer sempre o melhor possível. A emoção de se conseguir chegar a grandes resultados em casos complexos é sempre gratificante, sem mensurar o semblante de satisfação de um paciente contente e aliviado com a sua saúde.
Como o trabalho em uma rede como o Mater Dei potencializa a qualidade da cardiologia intervencionista que vocês oferecem?
Trabalhar na Rede Mater Dei é poder realizar uma medicina de ponta, com disponibilidade de recursos para alcançar o que temos de mais sofisticado, o que garante o êxito nos tratamentos mais difíceis. É também aliar a relação humana personalizada e completa com a excelência técnica e equipes multiprofissionais do mais alto gabarito.
Quais indicadores de qualidade você considera indispensáveis para avaliar o desempenho de uma equipe de hemodinâmica?
Além da qualidade no serviço prestado, a satisfação dos pacientes e dos médicos que o encaminha até nossa especialidade, não tem preço. Além disso, obviamente, estão os resultados dos tratamentos, bem como o baixo índice de insucessos e reclamações – tudo isso contribui, e muito, para a excelência técnica.
Você acredita que o Brasil está acompanhando os avanços da cardiologia intervencionista mundial? Onde estamos à frente e onde ainda precisamos avançar?
Nisto não tenho a menor sombra de dúvidas. Estou certo de que as tecnologias e materiais inovadores que vemos nos Congressos Mundiais são disponibilizados quase em sua totalidade aqui no Brasil – quando passam da fase de experimentação para a fase de uso clínico. Talvez tenhamos de avançar mais na universalização da assistência de qualidade para a totalidade da população.
Como líder, qual foi a lição mais importante que aprendeu ao conduzir equipes multidisciplinares em momentos de alta pressão?
Humildade é sempre a maior lição. Sempre podemos aprender com alguém e sempre temos de estar abertos a novas opiniões e novas alternativas quando um caminho se mostra difícil ou impossível. Sem humildade não se aprende e não se avança.
Se pudesse voltar no tempo e conversar com você mesmo no início da residência, que conselho daria sobre carreira e propósito na medicina?
Estou muito satisfeito com a minha escolha, não somente pela medicina, mas também na escolha da especialidade. Sinto que nasci para fazer o que faço. Talvez poderia ter me envolvido mais em pesquisa/carreira acadêmica, no entanto as oportunidades e convites mudaram um pouco minha trajetória profissional em relação a isto. Apenas uma constatação, nunca um lamento.