- abril 15, 2024
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Boa notícia: cirurgia robótica é realidade no Brasil
Em 2022, o Conselho Federal de Medicina regulamentou a cirurgia robótica no Brasil com critérios para a realização desse tipo de procedimento; o número de cirurgias feitas com plataformas robóticas no País passou de 24 mil, em 2021, para 27 mil em 2022
As cirurgias realizadas com o auxílio de robôs vêm apresentando um crescimento exponencial nos últimos anos no Brasil. De acordo com representantes do setor, o número de cirurgias feitas com plataformas robóticas no País passou de 24 mil, em 2021, para 27 mil em 2022 – com crescimento de 12,5% em um ano.
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Nos tratamentos para certos tipos de câncer, a cirurgia oncológica minimamente invasiva é um importante avanço no tratamento e na cura de diversas neoplasias.
“As cirurgias robóticas no tratamento de câncer, como o de próstata, permitem um acesso mais preciso às lesões tumorais em áreas mais profundas, reduz o tempo de internação hospitalar e de consumo de analgésicos – menos dor pós-operatória –, e um retorno mais rápido à rotina e às atividades físicas intensas”, ressalta o médico José Eduardo Távora, coordenador de Urologia e Cirurgia Robótica do Hospital Vila da Serra.
Pioneiro na introdução das cirurgias por meio de uma plataforma robótica, o Hospital Vila da Serra realizou seu primeiro procedimento com o robô Da Vinci em setembro de 2016.
“Atualmente, temos no hospital o Da Vinci Xi que é a última evolução da plataforma. Esse avanço permite uma melhora de performance no uso do robô. Lembrando que ele é uma ferramenta que auxilia o médico a fazer a cirurgia. Então, quanto mais fácil o manuseio dessa plataforma, melhor fica o ambiente”, observa o médico.
A cirurgia robótica oferece ainda imagem em alta definição e tridimensional (3D), que amplia os tecidos em até 10 vezes o tamanho original. Os instrumentos são mais delicados e flexíveis que o próprio punho, com isso é possível fazer movimentos mais exatos e chegar a regiões de difícil acesso.
De acordo com o Dr. José Eduardo Tavora, os avanços dessa evolução trouxeram melhorias no desempenho com cirurgias mais precisas, menos sangramento e, principalmente, os resultados funcionais. No caso da próstata, observa-se uma melhora da potência sexual e da incontinência urinária. “Em outras cirurgias como tumores de reto, a chance de fazer uma colostomia diminui pela facilidade de atuação na cavidade”, diz o especialista.
Cirurgia robótica
O sistema robótico pode ser empregado em alguns tumores do aparelho geniturinário (próstata, rim, suprarrenal e bexiga) e digestivo (esôfago, estômago, intestino delgado, colorretal, fígado, pâncreas, vesícula biliar e baço), ginecológicos (colo uterino, ovário e endométrio), de cabeça e pescoço (tumores de base de língua, tireoide) e pulmonar.
“As cirurgias com a Da Vinci trazem vários benefícios, pois a plataforma possui pinças que proporcionam uma facilidade de secção dos tecidos com uma exatidão muito maior do que as pinças na cirurgia aberta e laparoscópica. Com isso, conseguimos realizar cirurgias muito mais precisas, com menos dor e uma melhor recuperação para o paciente”, finaliza.
Saiba mais sobre os benefícios da cirurgia robótica:
- Com a utilização de robôs cirurgiões, os médicos têm acesso a braços modulares que possibilitam maior flexibilidade e amplitude de movimentos, tornando o procedimento mais versátil e eficiente;
- Os consoles (“joystick”similar ao de um videogame) são projetados para proporcionar uma visão aprimorada da área de atuação, facilitando a realização dos procedimentos;
- Além disso, a ergonomia melhorada ajuda a reduzir a fadiga e o desconforto do cirurgião durante a operação.
CFM regulamenta as cirurgias com robôs
Em 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou uma Resolução número 2.311 estabelecendo os critérios para realização a cirurgia robótica no Brasil. O texto indica em quais locais eles podem ser feitos e quais são as competências exigidas do cirurgião em cirurgia robótica.
A Resolução também estabelece os critérios para formação do cirurgião neste tipo de procedimento. Na Resolução, o CFM não restringiu quem poderá capacitar os profissionais, mas estabeleceu os critérios que deverão ser obedecidos.
A capacitação pode ser feita, por exemplo, nas Residências Médicas, pelas sociedades de especialidade, por hospitais ou por um cirurgião instrutor. Para se capacitar, o cirurgião deverá realizar um treinamento básico e outro avançado.
Na primeira fase, além de realizar atividades on-line e assistir vídeos de cirurgias robóticas em ambiente virtual, deverá acompanhar presencialmente dez cirurgias robóticas, sendo pelo menos três na especialidade cirúrgica específica em que deseja atuar.
A Resolução do CFM define a cirurgia robótica como modalidade minimamente invasiva de tratamento cirúrgico, que pode ser realizado de forma aberta ou combinada. É um procedimento de alta complexidade, que deve ser usado para o tratamento de doenças em que já se tenha comprovada sua eficácia e segurança.
As cirurgias devem ser realizadas em hospitais que tenham Serviços Especializados de Cirurgia Robótica e devem atender a todas as normas de segurança previstas pela Anvisa e pelo CFM.
Para saber mais da Resolução do Conselho Federal de Medicina: AQUI
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