• abril 11, 2024
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Exportações de café para a China crescem quase 4.000% em 10 anos

Exportações de café para a China crescem quase 4.000% em 10 anos

Com o avanço da qualidade e da sustentabilidade, bebida ganha espaço entre os consumidores asiáticos, colocando o país como o sexto maior mercado para a produção cafeeira de Minas Gerais

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Exportações de café para a China crescem quase 4.000% em 10 anos (Foto: Freepik)

O café mineiro tem rompido barreiras geográficas e culturais e vem conquistando paladares do outro lado do planeta. Nesta semana do Dia Mundial do Café, um dos destaques é o crescimento das exportações para a China, que passaram por aumento significativo nos últimos dez anos, com aumento registrado da ordem de 3.960% no valor movimentado, alcançando a cifra de quase US$ 251 milhões em 2023.

Os cafeicultores são pioneiros em integrar o Programa Certifica Minas Café, coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e comercializam no exterior há duas décadas. Atualmente, toda a produção da Fazenda Dutra é orgânica e vendida diretamente a mais de 20 países. A primeira vez que a família enviou o produto para a China foi no ano 2016.

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“Nós estamos exportando desde 2.000, começamos com apenas um container para a Alemanha e lutamos para crescer, procurando sempre quem possa nos ajudar, os órgãos do Governo de Minas e outras instituições públicas. A gente jamais imaginou que o nosso café pudesse chegar à China, um nome que remete a grandeza, tão longe daqui”, afirma Ednilson.

E os esforços para alcançar cada vez mais mercados não param. “Nós sabemos que se trata de uma longa jornada, porque temos um produto de nicho, um produto especial e diferenciado, mas o caminho é buscar colaboração, e o Governo de Minas é muito amigo da agricultura, traz visitas para nós, sempre nos dá oportunidades de mostrar o nosso trabalho para o mercado externo. No caso da China, como todo mercado que está iniciando, não é fácil, mas há um futuro”, diz Ednilson.

Exportações do café mineiro para a China

Entre 2022 e 2023, o salto de exportações do café mineiro para a China foi de 250%, chegando a quase US$ 251 milhões e 1,2 milhão de sacas embarcadas no ano passado. Em 2022, os dados correspondiam a US$ 71,5 milhões e 324 mil sacas. Para se ter ideia, há dez anos, em 2014, as compras chinesas somavam apenas US$ 6,1 milhões e 32,2 mil sacas.

De acordo com o diretor de Cadeias Produtivas da Seapa, Julian Silva Carvalho, esse aumento expressivo decorre de mudanças nos padrões de consumo dos orientais, que cada vez mais têm aprendido a apreciar a bebida.

“Nós viemos de um cenário de baixa demanda por café por parte dos chineses. Diferentemente do que sempre aconteceu nos Estados Unidos e na Europa, as pessoas na China tinham o costume de consumir chá ao invés de café. Conforme vão se tornando mais cosmopolitas e conhecendo novos produtos, isso tem se transformado”, avalia o especialista.

O café é o principal item da pauta exportadora do agronegócio de Minas Gerais, alcançando a receita total de US$ 1,1 bilhão no primeiro bimestre deste ano, com um volume de 5,3 milhões de sacas embarcadas. Os Estados Unidos, a Alemanha, a Bélgica, o Japão e a Itália lideram as aquisições do produto mineiro, seguidos pela China.