• janeiro 19, 2024
  • 6 minutos

Investir cada vez mais

Investir cada vez mais

Presidente da Fecomécio MG afirma que continua o trabalho para que o setor de bens, serviços e comércio tenha um 2024 de crescimento

IMG 20240119 WA0001
O presidente da Fecomércio MG Nadim Donato espera que a Reforma Tributária seja um incentivo para o crescimento do setor de bens, comércio e turismo em Minas (Foto: Lucas Peroni/Fecomércio MG)

A Fecomércio MG representa 568.975 empresas do setor terciário em 853 cidades mineiras. Com 48 sindicatos filiados e oito conveniados, a entidade tem como seu foco o desenvolvimento do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado. Para o ano de 2024, a proposta é continuar impulsionando ações para que haja uma melhoria no ambiente de negócios. O presidente da entidade Nadim Donato está otimista em relação a este ano, mas admite que ainda existem batalhas a serem vencidas, como algumas partes da Reforma Tributária que não trazem benefícios para os empresários. Confira na entrevista concedida ao CIDADE CONECTA pelo dirigente da federação.

Leia mais: 

MRV alcança meio milhão de lares entregues em todo o Brasil

Qual é a expectativa da Fecomércio MG para 2024?

A Fecomércio MG continuará trabalhando para que o setor do comércio de bens, serviços e turismo continue crescendo, impulsionado pela retomada da economia e pela melhoria no ambiente de negócios. Continuaremos atuando em diversas frentes, como a defesa dos interesses dos empresários junto aos órgãos públicos para garantir que as políticas públicas sejam favoráveis ao setor. Trabalharemos na qualificação de mão de obra por meio do Senac, e pelo Sesc, ofertaremos mais atividades culturais, esportivas e recreativas para a população, além do desenvolvendo de projetos e soluções que ajudem a minimizar os desequilíbrios sociais e econômicos como o Sesc Mesa Brasil, Sesc +60, Sesc Alfabetização e outros.

Em relação à Reforma Tributária, quais os pontos positivos apontados pela Federação?

Ressaltamos uma série de vantagens relacionadas à Reforma Tributária, considerando a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/19 como um marco significativo para aprimorar o panorama fiscal brasileiro. Dentre os aspectos positivos destacados, incluem-se o impulso à produtividade, a simplificação do sistema tributário, a redução de disputas fiscais e o fortalecimento do atrativo para investimentos estrangeiros. A implementação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) está prevista para simplificar a tributação sobre o consumo.

E quais os pontos negativos?

Expressamos uma preocupação legítima acerca da fixação da alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Há uma ressalva sobre a possibilidade de aumento de impostos, especialmente no setor de serviços. A entidade também alerta para a necessidade de cautela na implementação da reforma e destaca a importância de monitorar de perto os desdobramentos, especialmente no que diz respeito às leis complementares, para evitar impactos prejudiciais ao setor de comércio, serviços e turismo.

Diante da representatividade da Federação, quais os principais pontos que a federação irá pleitear junto aos órgãos públicos?

A Fecomércio MG, em colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), buscará influenciar o processo legislativo, visando a exclusão de pontos considerados prejudiciais ao setor de comércio, serviços e turismo. A entidade destaca a importância das leis complementares no próximo ano, buscando garantir que essas leis sigam o rumo estabelecido pela Reforma e enfatiza a relevância do setor terciário na economia e no mercado de trabalho. A federação pretende manter um papel ativo na defesa dos interesses do setor e da sociedade.

O senhor acredita que 2024 será um ano melhor para o setor?

Embora as projeções indiquem um crescimento mais modesto do PIB para o ano de 2024, é válido argumentar que este cenário não necessariamente representa uma desaceleração para o setor de comércio de bens, serviços e turismo. O crescimento econômico em um ritmo mais moderado não implica, necessariamente, em um declínio absoluto das atividades comerciais e de serviços. Pelo contrário, pode ser uma indicação de uma estabilização da economia, proporcionando um ambiente propício para a inovação e adaptação nos negócios. Nesse contexto, o setor de comércio de bens, serviços e turismo terá a chance de consolidar sua presença, explorando novos nichos de mercado e aprimorando a oferta de serviços.

Quais as mudanças que precisam ocorrer para que o país retome o crescimento de anos anteriores à pandemia?

Primeiramente, é fundamental manter o controle da inflação, assegurando a estabilidade dos preços, além da redução da taxa de juros, acompanhada da melhoria do acesso ao crédito. O êxito do programa de refinanciamento da inadimplência é crucial para desembaraçar a economia, permitindo que empresas e consumidores regularizem suas situações financeiras. Paralelamente, é imperativo promover melhorias na produção nacional, incentivando a competitividade e a eficiência dos setores produtivos. A redução de impostos e a formulação de leis complementares vantajosas para o setor de comércio de bens, serviços e turismo, emergirá como um impulso ao crescimento. Nesse contexto, a expectativa de uma diminuição de impostos sugere melhorias no ambiente de negócios, estimulando investimentos a médio e longo prazo. Investir na digitalização da economia é uma estratégia crucial, proporcionando maior eficiência operacional e ampliando as oportunidades de negócios.