• janeiro 29, 2024
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Minas: teste do pezinho passa a identificar 15 doenças

Minas: teste do pezinho passa a identificar 15 doenças

A partir desta terça-feira (30), o teste do pezinho feito pelo SUS também incluirá a detecção da Atrofia Muscular Espinhal (AME); Minas será o primeiro estado entre os mais populosos a triar a doença em seus recém-nascidos 

 

Teste pezinho em Minas
Teste do pezinho em Minas: Atrofia Muscular Espinhal passará a ser detectada (Foto: Fábio Marchetto/SES MG)

 

Uma boa notícia para Minas Gerais é a inclusão da detecção de mais três doenças raras por meio do teste do pezinho feito pelo SUS no estado, a partir desta terça-feira (30). O teste é realizado em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos 853 municípios mineiros e o tratamento para as 15 doenças também está disponível na rede pública de saúde estadual.

 

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O Programa de Triagem Neonatal (PTN), mais conhecido como teste do pezinho, terá o diagnóstico para doenças consideradas raras e e que têm elevadas taxas de mortalidade: atrofia muscular espinhal (AME), imunodeficiência combinada grave (SCID) e agamaglobulinemia (agama). Outras 12 enfermidades já compõem o painel de triagem do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad).

 

O anúncio da inclusão da AME na ampliação do PTN foi feito na sexta-feira (26), durante coletiva de imprensa realizada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com o Nupad.

 

A secretaria de saúde investirá R$ 12 milhões nessa fase de expansão. Com isso, o governo estadual abre caminho para a testagem em massa de crianças para doenças de difícil diagnóstico, uma vez que seus efeitos começam antes da fase clínica de sintomas.

 

No caso da AME, Minas será o primeiro estado entre os mais populosos a triar a doença pelo SUS em seus recém-nascidos, garantindo o tratamento, que tem custo alto, gratuito para todos os casos detectados.

 

De acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, esse passo é de suma importância e vai permitir a otimização do tratamento pelo SUS.

 

 

“Com o diagnóstico do teste do pezinho, a nossa expectativa é a de que, em menos de 20 dias, essa criança esteja fazendo sua primeira consulta no ambulatório de doenças raras do Hospital das Clínicas, o que vai proporcionar uma vida de qualidade para esses pacientes. Até então, o diagnóstico vinha só depois da apresentação dos sintomas, o que fazia com que a condução do tratamento fosse diferente do que será oferecido a partir de agora”, disse.

 

 

Tratamentos disponíveis no Hospital das Clínicas

 

Para as três doenças que entram para o PTN há tratamentos disponíveis no SUS, oferecidos no Hospital das Clínicas da UFMG. Entre as possibilidades estão o transplante de medula óssea, o uso de imunoglobulina humana endovenosa e medicamentos que impedem a degeneração neuronal.

 

O professor José Nelio Januário, diretor do Nupad, ressaltou o pioneirismo da ampliação na capacidade de testagem em massa e a utilização de tecnologia altamente avançada.

 

“Em nosso laboratório, vamos trabalhar com uma tecnologia muito sofisticada, testando crianças de todo o estado, aumentando o rastreamento de doenças raras e permitindo que as famílias tomem as melhores decisões para a proteção de seus filhos. O objetivo é evitar a morte precoce e garantir maior qualidade de vida para as crianças”, explicou.

 

 

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Pesquisadora no Laboratório de Triagem Neonatal: tecnologia para identificar doenças neurológicas degenerativas ou defeitos inatos do sistema de defesa do corpo (Foto: Foca Lisboa/UFMG)

 

O que é Atrofia Muscular Espinhal

 

É uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover. Varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao 4 (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas.

 

O que é o teste do pezinho?

 

É um exame feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê e que permite identificar doenças graves, como: o hipotireoidismo congênito (glândula tireoide do recém-nascido não é capaz de produzir quantidades adequadas de hormônios), a fenilcetonúria (doença do metabolismo) e as hemoglobinopatias (doenças que afetam o sangue – traço falcêmico e doença falciforme).

 

Por que fazer o exame?

 

Porque essas doenças não apresentam sintomas no nascimento e, se não forem diagnosticadas e tratadas cedo, podem causar sérios danos à saúde, inclusive deficiência intelectual grave e irreversível.

 

Quem deve fazer o teste do pezinho?

 

Todas as crianças recém-nascidas. A data ideal para a coleta de sangue é entre o 3º e 5º dia de vida do recém-nascido.

 

O que é traço falcêmico?

 

É uma alteração herdada dos pais que afeta, diretamente, as células do sangue. Essa alteração é não uma doença. Mas, se duas pessoas com traço falcêmico se unem, seus filhos podem nascer com doença falciforme. Tanto o traço quanto a doença podem ser detectados através do Teste do Pezinho.

 

O que é doença falciforme?

 

É uma doença hereditária que provoca dificuldades na circulação do sangue. A doença falciforme causa crises de dor aguda, infecções graves, icterícia (cor amarela no branco dos olhos) e cansaço.

 

 

Saiba mais sobre o teste do pezinho: AQUI

 

 

*Com informações do Ministério da Saúde