- junho 19, 2024
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Modernos Eternos BH ressignifica espaços do Instituto de Educação de Minas Gerais

Mostra celebra o contemporâneo e as raízes de Belo Horizonte em uma vasta programação cultural de arquitetura, arte, design e gastronomia

Até o dia 14 de julho, Belo Horizonte recebe a 9ª edição da Modernos Eternos BH, mostra que, neste ano, propõe um mix&match do vintage e do contemporâneo para apresentar as últimas tendências da arte, arquitetura e design. Exposição pretende resignificar espaços do Instituto de Educação de Minas Gerais.
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Apresentado pelo Governo de Minas, Gerdau e Cemig, o evento recebe 46 renomados profissionais para assinar 42 ambientes, artistas e designers renomados, além de uma extensa programação de mini-talks com temas de cultura, história, moda, arte e mais, apresentações musicais e espaços gastronômicos inéditos.
“O Instituto de Educação marcou a história e a cultura de Belo Horizonte de um jeito muito afetivo – eu mesma estudei lá. Já há algum tempo, o prédio estava precisando passar por restauração, e estamos muito felizes de estar presentes neste momento em que ele finalmente começa a voltar à sua melhor forma. A Modernos Eternos vai homenagear o IEMG e apresentá-lo para a cidade com a importância que merece”, celebra a realizadora da mostra, Josette Davis.
Datado da época da fundação de BH, o IEMG tem uma das arquiteturas mais monumentais da cidade, no estilo eclético que estava em voga no século XIX e com traços ornamentais inspirados na tradição neoclássica europeia.
Logo na fachada será possível observar referências culturais, com um projeto do arquiteto Henrique Hoffman em parceria com a Hunter Douglas, inspirados pela atemporalidade da música “Coração de Estudante” de Milton Nascimento e Wagner Tiso. O projeto dialoga com a arquitetura original da construção rosa e é dividido em três atos, centrados na estrofe “E há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor e fruto”, que batizou a intervenção. Ainda do lado de fora, no jardim, haverá um Bar inédito comandado pelo chef Leonardo Paixão, parceiro de longa data do evento, que também está à frente da operação do ambiente Café, no pátio interno da mostra. A programação de gastronomia se completa com o restaurante, onde o Chef Jorge Ferreira assina o cardápio pela primeira vez na Modernos Eternos.Modernos e Eternos/BH
Natureza Guardada
A artista Sandra Motta apresenta obras entituladas “Natureza Guardada” com desenhos botânicos feitos a mão por meio do lápis grafite, valorizando a flora do Cerrado e do Campo Rupestre, nos ambientes das arquitetas Angélica Araújo e Luciana Garcia.
Os Campos rupestres exibem uma rara e rica flora com sempre-vivas, arnicas, vellozias, lípias, orquídeas e bromélias, margaridas, bromélias, cactáceas, arboretos, gramínias, ciperáceas, paepalanthus(chuverinho) dentre outras, na porção Sul da Serra do Espinhaço, Minas Gerais.
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O Cerrado é a maior savana biodiversa do mundo, ocupa 25% do território nacional e perfaz uma área entre 1,8 e 2 milhões de km2 pelos Estados de Minas Gerais sendo 57% do Estado(oeste), Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí e porções do Estado de São Paulo.
No complexo dos biomas Cerrrado e Campo Rupestre, estima-se mais de 6 mil espécies de árvores, e 800 espécies de aves. Acredita-se que mais de 40% da flora e 50% das abelhas sejam endêmicas. Pensando nisso, a artista pretende ressaltar a importância deles, inspirada pelos naturalistas Carl Friedrich Philipp von Martius, Johann Baptiste von Spix, Georg Heinrich von Langsdorff, que expedicionaram pelo Brasil entre 1817 a 1830, realizando uma divulgação científica de inúmeras espécies da flora brasileira. Esses naturalistas catalogaram e expressaram, através de desenhos botânicos por meio de litogravuras e a técnica em bico de pena, a natureza das áreas visitadas incluso o Cerrrado e os Campos Rupestres mineiros, biomas estes ricos em espécies endêmicas.