• outubro 26, 2023
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“Mulheres na Obra” quer garantir vagas nos canteiros das obras

“Mulheres na Obra” quer garantir vagas nos canteiros das obras

O prefeito de BH Fuad Noman lançou nesta quinta-feira (26) o programa Mulheres na Obra; objetivo é garantir às mulheres pelo menos 10% das vagas nos canteiros das obras contratadas pelo município

trabalhador da construcao civil no local
A proposta do projeto “Mulheres na Obra” é garantir mais espaço no mercado de trabalho no setor privado de BH (Foto: Freepik)

O projeto “Mulheres na Obra” é uma iniciativa inédita entre as capitais, e visa também empoderar economicamente mulheres, em especial as que moram em áreas de risco, e dar a elas capacitação profissional para que possam buscar espaço no mercado de trabalho no setor privado.

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“Nós estamos querendo dizer que a obra é lugar de mulher sim. Mulher trabalha onde ela quiser, mulher precisa de ter espaço. E o que nós estamos fazendo é um programa para fazer exatamente isso, abrir o espaço para a mulher que queira trabalhar em construção”, afirmou o prefeito Fuad Noman. “E mais do que isso, nós não vamos admitir que a mulher receba menos do que o homem. Serão salários iguais, porque é assim que nós precisamos respeitar essa mulher”, completou.

Atualmente, as mulheres ocupam menos de 5% dos postos de trabalho nos contratos de obras da prefeitura. O programa pretende mudar essa realidade e, numa primeira etapa, vai qualificar 120 mulheres para que possam trabalhar como pintora, pedreira de alvenaria, pedreira de acabamento, carpinteira, eletricista e hidráulica predial.

Os cursos terão duração de quatro meses (com carga horária que varia entre 160 horas e 200 horas) e serão ministrados no período da noite, com uma média de quatro horas/dia. As mulheres terão tanto aulas práticas quanto teóricas e aquelas que estiverem em situação de vulnerabilidade social vão receber uma bolsa mensal de R$ 650 (condicionada a frequência no curso).

Outro diferencial do programa é que as mulheres deverão ser contratadas para trabalhar nos canteiros de obras. Estão excluídas dessa quota de 10% mulheres contratadas para trabalhar no setor administrativo, bem como aquelas de nível superior, como engenheiras e arquitetas.

O Mulheres na Obra

O projeto foi construído sobre quatro pilares: atrair, treinar, recrutar, reter. Para atrair mulheres para o programa, a Prefeitura fará uma espécie de busca ativa por meio de campanhas do Trabalho Técnico Social da Urbel em comunidades que vão receber as obras. A Prefeitura também fará campanhas promocionais em locais comumente frequentados por mulheres e vai implementar ações para tentar quebrar o estereótipo de que elas não devem trabalhar em canteiro de obras.

Para treinar aquelas que quiserem participar do programa, a Prefeitura vai oferecer cursos de qualificação, num primeiro momento para um grupo de 120 mulheres, em seis áreas da construção civil. Mas os cursos vão beneficiar também as mulheres que já trabalham em alguma obra e que queiram melhorar suas habilidades e competências para subir na hierarquia.

O programa vai também ajudar a recrutar (o que significa ajudar a empregar) as mulheres que receberam os cursos de qualificação. Para isso, a PBH vai construir pontes com empresas e entidades ligadas à construção civil (Sinduscon, por exemplo), com divulgação de vagas e ofertas de emprego na área diretamente relacionada ao curso de capacitação.

Outra estratégia para recrutar participantes do programa será um trabalho de sensibilização junto a recrutadores para garantir que não sejam reproduzidos estereótipos que perpetuem a discriminação de mulheres no setor.

No último dos quatro pilares, o programa vai trabalhar para reter essas trabalhadoras no emprego. Para tanto, pretende criar um ambiente de trabalho respeitoso nos canteiros de obras, por meio de campanhas de sensibilização com operários e hierarquia (com a definição de um código de conduta) e garantir boas condições de trabalho.

Onde se inscrever: 

As inscrições: a partir do dia 10 de novembro

Pelo telefone (31) 98419-7940