• maio 8, 2024
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Válvulas cardíacas: produção será triplicada em MG

Válvulas cardíacas: produção será triplicada em MG

Empresa norte-americana instalada na Região Metropolitana de BH anuncia ampliação da sua unidade fabril e investimentos de R$ 120 milhões; companhia produz válvulas cardíacas desenvolvidas a partir de tecido de porco

 

sede da Boston Scientific no Brasil
Válvulas cardíacas: Boston Scientific inaugura a ampliação da sua unidade fabril em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (Foto: Boston Scientific/Divulgação Agência Minas)

 

 

Minas Gerais, mais precisamente em Contagem, na Região Metropolitana de BH, terá a produção de válvulas cardíacas desenvolvidas a partir de tecido de porco triplicada. Figurando entre os players globais no desenvolvimento de tecnologias médicas, a Boston Scientific inaugurou nesta terça-feira (7), a ampliação da sua unidade fabril que está localizada no município de Contagem. O investimento privado é da ordem de R$ 120 milhões.

 

 

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A companhia norte-americana, que está desde 2019 em Contagem, está triplicando a capacidade de produção de válvulas cardíacas, passando de 20 mil para 60 mil unidades por ano. A expectativa é de que sejam abertas até 1,7 mil vagas de emprego até 2025 e que, em três anos, o volume de exportações chegue a R$ 780 milhões.

Os números são comemorados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede-MG):

 

“Minas Gerais tem, cada vez mais, se consolidado como um grande parceiro das empresas. Além de propiciar uma legislação favorável a quem quer empreender e gerar empregos no país, o Governo do Estado tem buscado trazer segurança jurídica e um bom ambiente de negócios, que têm sido, nos últimos anos, fundamentais não só para a permanência, como para a ampliação dos investimentos no território mineiro”, afirma a secretária Adjunta de Desenvolvimento Econômico, Kathleen Garcia Nascimento.

 

A Boston Scientific espera, com o novo investimento, atender a crescente demanda dos locais onde já atua com a tecnologia, como Europa, Ásia e América Latina, e aposta ainda na entrada no mercado norte-americano. Já são mais de 70 mil pacientes que receberam a válvula da empresa no mundo.

 

“A expansão da americana Boston Scientific em Contagem é uma notícia que vai muito além de seus novos R$ 120 milhões de investimentos, somados aos R$ 80 milhões já realizados em 2023. Além dos mais de 1,7 mil empregos que serão gerados até 2025. É uma empresa que salva vidas. O resultado do trabalho de cada colaborador está literalmente no coração dos mineiros e brasileiros. Alta tecnologia e investimento em ciência em Minas Gerais”, destacou o diretor de Atração de Investimentos da Invest Minas, Leandro Andrade.

 

De acordo com o vice-presidente da Boston Scientific no Brasil, Eric Tagarro, a possibilidade de oferecer a tecnologia para outros países é uma grande conquista para o segmento médico.

“Cada válvula cardíaca produzida pode representar uma vida salva. Então não estamos falando apenas de números, mas de uma mudança de paradigma no tratamento de doenças cardiovasculares”, avalia.

 

A construção do novo prédio durou três anos, passando de 5 mil metros quadrados de área construída para 13 mil metros quadrados.

O número de colaboradores já começou a ser ampliado desde o ano passado e deve chegar a 1,7 mil colaboradores com a capacidade máxima. Atualmente, a empresa já conta com 950 colaboradores na unidade.

 

Como são feitas as válvulas cardíacas?

A válvula transcateter é uma tecnologia utilizada no Brasil desde 2016 e é fabricada a partir de tecido extraído de porco. Após passar por tratamento químico que o torna inerte, ou seja, não causa rejeição em humanos, o pericárdio porcino é costurado em uma estrutura metálica de nitinol, formando o produto implantável.

 

 

válvula cardíaca
Válvulas cardíacas desenvolvidas a partir de tecido de porco: produção passará de 20 mil para 60 mil unidades por ano (Foto: Larissa Batista/Invest Minas)

A técnica de implante transcateter é conhecida como Tavi (do inglês Transcatheter Aortic Valve Implantation) e o primeiro transplante aconteceu há 22 anos.

Trata-se de um procedimento cardíaco minimamente invasivo, que substitui alguns tipos de cirurgias de peito aberto, ou seja, traz mais segurança e celeridade ao paciente, além de significar uma expressiva redução do risco de morte.

A válvula é colocada dentro de um catéter, que é introduzido através de um pequeno corte na artéria transfemoral e chega até o coração. Além de menor risco, a recuperação é muito mais rápida. Para monitorar o funcionamento da prótese, é necessário acompanhamento médico.

 

Atualmente, são realizadas cerca de 280 mil cirurgias para implantação de prótese valvar por ano no mundo, de acordo com a Scientific Eletronic Library Online (Scielo).

 

 

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