- junho 10, 2025
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Artigo: Vivendo e aprendendo a jogar

“Tudo foi feito com o objetivo de acertar e fazer o melhor, da forma mais ética possível. União, seriedade e trabalho não faltarão”, garante Rafael Menin

Humberto Filho
“Vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas, aprendendo a jogar”, como cantaria Elis Regina, mais um clássico do craque, Guilherme Arantes.
Dia 7 de junho, em plena manhã de sábado, na Arena MRV, Rafael Menin, um dos “Quatro R”, um dos donos da SAF do Clube Atlético Mineiro – Galo, para os 10 milhões de íntimos torcedores – explicou-se e defendeu-se das injustas críticas, verdadeiro massacre, que vem sofrendo de uma mídia para lá de duvidosa e com mandante certeiro.
Com pelo menos três sinceras, humildes e sensatas declarações, Rafael deu sua versão da atual e sempre delicada situação de um dos maiores e mais tradicionais clubes do Brasil.
“Faço aqui uma mea-culpa, a gente errou muito, a gente aprendeu muito, ficamos tristes com várias coisas que aconteceram. Como torcedor apaixonado e como investidor da SAF, você não sabe o tanto que dói em mim”.
E depois: “há cinco anos, a situação do Galo era de paciente terminal, quando chegamos. Logo após a SAF, o Galo estava na UTI, entubado. Hoje, o Galo está numa situação financeira difícil, mas melhor do que estava há cinco anos”.
Pausa merecida para – diretamente do Túnel do Tempo no Globo Esporte – lembrarmos a “sofrência” de 2020, ao som, literalmente, da linda canção da banda Paralamas do Sucesso, que mostra aonde o Galo foi parar: literalmente, na “Lanterna dos Afogados”.
“Atlético-MG empata com o Afogados-PE e, nos pênaltis, é eliminado; Dudamel é demitido. No tempo normal, Galo fica no 2 a 2 com o clube pernambucano; nas penalidades, Allan, Nathan e Gabriel erram e decretam a eliminação precoce do Alvinegro, que culminou no desligamento do treinador e dos dirigentes Rui Costa e Marques”.
Agora sim, Rafael finaliza: “o que aconteceu com o futebol brasileiro, é que ele passou por uma inflação brutal nesses cinco anos. O salário de um atacante com bom desempenho, que ganhava R$ 600 mil, hoje ganha R$ 1 milhão ou mais. O futebol ficou muito mais caro. Isso foi algo que, não diria um erro, mas não tínhamos previsto. Vale para salário, compra de direitos. Esse aumento da folha e aquisição para manter um time competitivo ficaram difíceis”.
Rafael está certo até quando confessa ter errado. “Tudo foi feito com o objetivo de acertar e fazer o melhor, da forma mais ética possível. União, seriedade e trabalho não faltarão”.
Caras e caros, sem romantismo numa hora dessas. Há muito o futebol não é apenas esporte para quem pratica e diversão para quem torce, sofre e comemora. Futebol, em todo mundo, mais que nunca é um negócio que movimenta bilhões de dólares anualmente, com impacto enorme na economia dos países; cultura e hábitos de todos os povos. O futebol se tornou uma indústria lucrativa, envolvendo clubes, jogadores, patrocinadores, mídia e outros agentes. E as jogadas nem sempre são leais e honestas, para se dizer o mínimo.
Caro amigo, Rafael, agora quem escreve é o atleticano e Conselheiro, para agradecer a você. Começando pelo o que você mesmo declarou: ter tirado o Galo da UTI. Muito obrigado pelo empenho, trabalho, dedicação e competência.
Imagino as noites insones, as pressões que sofre diária e constantemente, sacrificando o que temos de mais sagrado, o convívio com a família. Muito obrigado pelo que fez, faz e certamente fará pelo “nosso time”, campeão do gelo e do sol que o derrete.
Muito obrigado por se entregar à uma missão quase impossível. Missão que não é fácil, que não é uma ciência exata, como construir uma casa ou um milhão de prédios. Você mexe com a paixão maior dos brasileiros e isso não é para amadores.
Você não é o gerente de uma lanchonete, de um restaurante ou outro tipo de comércio onde a gente faz e segue os planos, correndo riscos, claro, como em qualquer empreendimento e grande parte das profissões.
Somos 10.000.001 agradecendo por teu tempo e a já citada dedicação. Mais coragem meu amigo! Não esmoreça porque “vencer, vencer, vencer, este é o nosso ideal”. No melhor estilo, os cães vira-latas ladram e a caravana passa, não dê ouvido a gatos pingados e mal-intencionados, vendidos que jogam, digamos, contra o vento, o tempo e o nosso Galo.
Graças a você, temos um time na primeira prateleira do futebol sul-americano, um dos maiores elencos, o melhor estádio, ou arena, do Brasil, um dos maiores e melhores corpos clínicos e técnicos do país. Certamente estes que o xingam mais do que xingavam juiz, estes que o apedrejam, hoje, amanhã, jogarão flores.
Rafa, você não está sozinho! Mais força, com um forte abraço!