- junho 21, 2025
- 6 minutos
Plop Champagne: Champagne Fleur de Miraval

Fomos conhecer, na França, a exclusiva Maison do artista Brad Pitt

Luisa Fonseca
Vocês já devem ter visto na mídia, que o ator Brad Pitt, além de famoso nos telões, é também empresário. E um de seus ramos de atuação, é o mundo do vinho. O primeiro Château que o ator entrou como sócio, foi o Miraval, em Provence, França. Região mais famosa do mundo pelos clássicos vinhos Rosés. E essa paixão por Rosé não parou por aí. Brad buscou a expertise de duas tradicionais famílias de produtores, Peters e Perrin, para criar o que almejava: o melhor champagne Rosé do mundo.
Três famílias independentes. Parceiros. Ícones em seus respectivos mundos. O que os une? Paixão, artes, desafios, novos horizontes. Pitt traz a visão artística. A ideia original de uma casa exclusivamente Rosé. Perrin: Verdadeiro especialista em Maceração Rosé. Peters: Verdadeiro especialista em Champagne. Uma união incrível, para um produto realmente fora da curva.
E eu tive o privilégio de ser convidada a conhecer essa exclusiva produção em Le-Mesnil-sur-Oger, vila Grand Cru da Côte de Blancs. A produção fica dentro do Domaine do Champagne Pierre Péters, que são grandes protagonistas na produção desses champagnes Rosés. Em uma secreta porta, temos o minimundo de Fleur de Miraval. Uma sala digna de cinema, que já apresenta de cara a atmosfera da marca. Tonéis de carvalho e tanques de inox iluminados de cor de rosa nos cercam, enquanto degustamos os exímios rótulos da gama.
O projeto começou secretamente em 2015. O desafio? Criar um blend, que, antes do engarrafamento, apresentasse todas as características, textura e aromas do Grand cru Blanc de Blancs, mas com os elementos do Rosé: maduro, carnudo e suculento.
A composição total de todos os rótulos é exclusiva, e sempre a mesma para todos os cuvées ER, o principal da Maison: 25% Pinot Noir 1er Cru de Infusão Rosé, 50% Chardonnay de Reserva Perpétua e 25% Chardonnay usando a técnica “Remise en Cercle”. O que muda de um ER para o outro são as características das safras.
Infusão Rosé
É uma maceração suave entre o suco e a casca das uvas. Ocorre em um tanque por algumas horas para extrair a essência do Pinot Noir sem nenhum tanino. Uma vez macerado com perfeição, abrem a cuba para separar o suco das uvas. Também usam outras técnicas de maceração que guardam em segredo – é claro. A família Perrin realmente traz sua experiência nesta técnica precisa e delicada.
Reserva Perpétua
Representa todos os vinhos de reserva, envelhecidos sobre borras finas em três tipos de recipientes: barris de carvalho, concreto e tanques de aço inoxidável. Todos os anos, durante a criação do blend anual, reúnem e misturam todos esses vinhos de reserva. Separam 50% que representa a base do cuvée ER, sua espinha dorsal, para ser misturado com 25% de Infusão Rosé e 25% de Remise en cercle. Os 50% restantes são refrescados com 50% de vinho tranquilo da safra mais recente e enviados de volta aos tanques por 12 meses, até o próximo blend, no ano seguinte. Um ciclo interminável que elaboram a cada ano, daí seu nome: Reserva Perpétua.
Este blend multi-vintage, tem desde a safra de 2007, e traz um amplo espectro aromático aos cuvées. Este sistema às vezes é chamado de Solera, uma referência ao método de maturação de Jerez, no entanto, o sistema de Fleur de Miraval vai um passo além, sem o lado oxidado de um Solera real. Esta técnica altamente qualificada serve para ‘educar’ o vinho. Os vinhos mais jovens criam uma vivacidade, enquanto os mais velhos adicionam complexidade.
Remise en Cercle
Este processo, envolve abrir garrafas de champagne Blanc de Blancs já com a segunda fermentação completa, e esvaziar todas as garrafas em um tanque para serem misturadas com a infusão Rosé e a Reserva Perpétua. Todo o processo é feito manualmente. Embora extremamente raro, esse processo traz textura, complexidade e riqueza à mistura. Do seu envelhecimento sobre borras, desenvolvem-se notas nobres, grelhadas e tostadas de micro redução com camadas inigualáveis.
Em seguida, para agregar o portfólio da Fleur de Miraval, criaram o rótulo Petit Fleur, um Non-Vintage (blend de safras) Rosé. Refrescante, elegante com a verdadeira identidade “Côte des Blancs”. Uma mistura mais clássica, com uma boa proporção da Reserva Perpétua da Fleur de Miraval e sem “Remise en Cercle”. Chardonnay 65%, Reserva Perpétua 30% e Pinot Noir 5% vinificado em tinto. Envelhecido pelo menos 3 anos sobre borras antes do dégorgement. O paladar é suculento e carnudo, com frutas cítricas frescas, final sutil e elegante.
Uma belíssima surpresa ter a honra de conhecer esse projeto tão arrojado, exclusivo e incrivelmente executado. Vale muito a pena experimentar.
Agradecimento especial ao Alexis Blondel, chef de cave adjunto, que nos recebeu com muito carinho e me ajudou com todas as preciosas informações desta matéria para a coluna Plop Champagne.
Os rótulos chegam ao Brasil pela Mistral, em quantidades limitadíssimas.