• agosto 15, 2023
  • 7 minutos

Com atrações gratuitas, Congonhas volta a sediar festival Tudo é Jazz

Com atrações gratuitas, Congonhas volta a sediar festival Tudo é Jazz

Segunda edição tem direção artística do estilista Ronaldo Fraga e apresenta exposição, shows e cortejos pela cidade histórica

Banda Carpiah no festival Tudo é Jazz
Uma das atrações é a banda Carpiah, que carrega em seu trabalho a valorização da mineiridade e o compromisso com a preservação do planeta (Foto: Arquivo Pessoal)

A 21ª edição do Festival Tudo é Jazz em Congonhas, que começa nesta sexta, 18 de agosto, e vai até domingo, 20 de agosto, presta homenagem às cantoras Nina Simone e Elza Soares. O evento cultural e turístico, considerado um dos 10 melhores festivais do gênero do mundo, tem direção geral e curadoria  de Rud Carvalho e direção artística do estilista Ronaldo Fraga, quem quem assina a identidade visual do festival e as cenografias da exposição e dos palcos de todas as cidades. Todas as atrações são gratuitas.

Leia mais:

Evento no Sul de Minas tem cafés especiais, campeonato de barismo e até passeio de balão

Filarmônica de Minas Gerais e Grupo Corpo lotam a Sala Minas Gerais

Nina Soares foi uma pianista, cantora e compositora norte-americana. Além de uma das grandes vozes femininas do jazz, esteve comprometida com o ativismo pelos direitos civis dos negros do seu país. Já Elza Soares é considerada um dos maiores nomes da música popular brasileira. Recebeu o título de “A Melhor Cantora do Universo” dado pela emissora BBC de Londres.

Programação do festival Tudo é Jazz

Sexta – 18 de agosto

  • Abertura da exposição “Nina Soares e Elza Simone”: vai até 4 de setembro/ Local: Sala na Romaria

Sábado – 19 de agosto

  • 14h: Encontro de Congados da região / Local: Basílica do Bom Jesus
  • 16h às 18h: Cortejo do Bloco Magnólia / Local: Saindo da Basílica até a Romaria
  • 19h: Show do músico Carpiah / Local: Romaria
  • 21h: Show de Tassia Reis – Tributo a Alcione / Local: Romaria

Domingo – 20 de agosto

  • 9h às 13h: Encontro de bandas tradicionais locais / Local: adro da Basílica Nossa Senhora do Bom Jesus
  • 14h: Cortejo do Barroco Jazz Band e Cortejo do Chico Rei / Local: saindo da basílica até a romaria
  • 16h Show Wellington Souza Quarteto / Local: Romaria
  • 17h Show Afrojazz / Local: Romaria

 

Bandas regionais de jazz

Diversas bandas e artistas do universo do jazz e da MPB se apresentam no festival de Congonhas. A Barroco Jazz Band, por exemplo, é inspirada na tradição de Dixieland do sul dos EUA. Foi criada em 2013 por músicos, na época estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto. A proposta procura dialogar entre o tradicional jazz dos anos de 1900 e o jeitinho mineiro de ser. O percurso do animado, irreverente e alegre cortejo é recheado de boas e engraçadas histórias e de vários sabores musicais. No repertório, canções como “When The Saints Go Marching In”, “Royal Garden Blues”, Second-line”, “All Of Me”, “St. Louis Blues”, “Georgia On My Mind”, “Second Line” e “Minas Gerais”.
Já o Magnólia utiliza a estética do jazz na musicalidade e corporeidade dos cortejos tradicionais de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Formado por músicos, musicistas e dançarinas, o grupo começou como um bloco de carnaval, em 2014, nas ruas de Belo Horizonte e, desde então, faz seus cortejos todos os anos. No repertório, o jazz de Nova Orleans, o conhecido Mardi Gras, com sucessos de Dizzy Gillespie, Louis Armstrong, Duke Ellington e muito mais. Atualmente, é o único no Brasil que faz essa pesquisa e produção artística dentro desse estilo, além de trazer à cena sua referência à produção artística negra.
Há ainda a Carpiah. Desde sua origem, a banda carrega em seu trabalho a valorização da mineiridade e o compromisso com a preservação do planeta. É formada pelos músicos Fred Santeiro, Marcio Zaum, Poia e Alexandre Gerardo que trazem canções com discursos engajados sem deixar de lado a leveza da poesia. O álbum Flor do Rock, lançado em 2012 foi o ponto de partida para o início da caminhada do grupo. Vão apresentar canções autorais fortemente influenciadas por elementos da MPB, da música mineira e do rock inglês.

Artista faz tributo à Alcione

Por sua vez, Tassia Reis faz um tributo a Alcione. Com uma carreira em ascensão, uma das principais vozes femininas do rap brasileiro, a artista tem acumulado hits que expressam as dores e delícias da existência. Seu repertório traz uma grande herança da cultura afro-brasileira, particularmente o samba e o pagode, somada a uma forte influência de artistas que representam, em diferentes vertentes musicais, a cultura black, como Erykah Badu a Beyoncé e Rihanna, passando por ícones nacionais brasileiros como Djavan e Alcione.
Wellington Souza Quarteto é outra atração. Wellington Souza é músico, produtor e arranjador nascido na cidade de Congonhas. Produz através de seu quarteto, shows instrumentais focados em Jazz, MPB, Smooth Jazz, Soul e Blues. Com várias apresentações em Festivais de Invernos, Festivais Gastronômicos e Literários da região o artista busca, através de seu trabalho, difundir o segmento da música instrumental para o público de diversas idades e incentivar nas novas gerações o gosto, a pesquisa e o descobrimento do gênero musical tão consagrado no mundo. O repertório é respaldado nas diferentes influências do artista como o jazz, blues e rock, com arranjos originais e interpretados na guitarra e saxofone.
O Afrojazz de Eduardo Santana também está na programação. Ele sempre se questionava sobre a origem do jazz – melodia que movia sua paixão – e a resposta nunca era o
suficiente. Por isso, desenvolveu um detalhado estudo sobre a história do jazz e chegou até a África. De lá o ritmo se deslocou para outros continentes e ganhou novas influências e interpretações. Para colocar em prática sua pesquisa, Eduardo resolveu montar, em 2012, uma banda com o mesmo nome que guiava seus estudos: Afrojazz. O grupo começou com Rafael Brito (sax tenor), Sidão Santos (baixo), Felipe Chernicharo (guitarra), Thiago Silva (bateria), Roque Miguel (percussão) e Eduardo no trompete e voz. Depois, Rodrigo Ferrera assumiu o baixo, Daniel Conceição a bateria e Oswaldo Lessa o sax.