Iniciativa de rede de colégios da Grande BH arrecada calçados e roupas para doações

“Um Dia Sem Sapatos” envolve alunos, professores e colaboradores das unidades do Santo Agostinho Contagem e Nova Lima e presta apoio à população em situação de vulnerabilidade

Alunos, professores e colaboradores do Colégio Santo Agostinho aceitaram o convite para tirar os sapatos, pisar no chão frio e imaginar como seria não ter um calçado para proteger os pés. A ação acontece nos dias 9 e 10 de abril, respectivamente nas unidades Contagem e Nova Lima, para a participação em “Um Dia Sem Sapatos”.

A iniciativa tem como lema “Quem vive do essencial faz a esperança brotar da planta de seus pés” e visa mobilizar toda a comunidade escolar para arrecadar calçados e roupas, que serão destinados a instituições assistidas pelos Freis Agostinianos da Província Nossa Senhora da Consolação.

No Santo Agostinho Contagem, as doações vão beneficiar quatro instituições. Como o Projeto Pé no Chão, que atua no recolhimento e distribuição de calçados para comunidades do Vale do Jequitinhonha. Além do Projeto Ser Humano, que atende creches e instituições voltadas para crianças atípicas e migrantes; a Sociedade Evangélica Beneficente do Eldorado (SEBE), que acolhe crianças em situação de vulnerabilidade social; e a Escola Municipal Gino José de Souza, localizada em Betim, que atende mais de 700 estudantes do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

A diretora da unidade Aparecida Debona Altoé destaca a relevância da iniciativa e ressalta que o Colégio Santo Agostinho vai muito além do ensino acadêmico: é um espaço de formação humana.

“Nesta ação, os alunos não apenas doam roupas e calçados, mas vivenciam, na prática, valores como empatia, solidariedade e responsabilidade social. Eles percebem que pequenas atitudes podem gerar grandes transformações no coletivo”, ressalta.

No ano passado, “Um Dia Sem Sapatos” recolheu três toneladas de donativos, entre calçados, roupas e materiais de higiene pessoal e limpeza.

A diretora salienta ainda que a proposta está alinhada às competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pois estimula a consciência socioambiental, o respeito à diversidade, o senso crítico e a responsabilidade ética.

“Dessa forma, essa vivência contribui diretamente para a formação de cidadãos mais engajados com causas sociais e ambientais”, explica.

Iniciativa está alinhada à Campanha da Fraternidade

A 13ª edição do evento também dialoga com a Campanha da Fraternidade de 2025, cujo tema é “Fraternidade e Ecologia Integral”. Para Aparecida Debona Altoé, essa conexão amplia o impacto da iniciativa, unindo o cuidado com o meio ambiente à valorização das relações humanas.

“Queremos sensibilizar nossos alunos para que enxerguem a realidade ao redor com mais sensibilidade e responsabilidade, entendendo que pequenas mudanças de atitude podem transformar o mundo”, destaca.

O evento ainda se relaciona com a “interioridade”, tema agostiniano do ano. “Refletir sobre nossas próprias ações e valores é essencial para desenvolver um olhar mais consciente e empático”, reforça a diretora.

Outro ponto forte da iniciativa é sua relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.

“Propomos uma reflexão sobre o consumo excessivo e a importância do cuidado com o planeta. Antes do ato cívico do dia 9, os estudantes aprendem em sala de aula várias questões ligadas ao tema e participam de atividades e projetos que os levam à reflexão e à mudança. Ao vivenciarem essa experiência, os alunos entendem que o desperdício e a desigualdade estão conectados e que a conversão ecológica é urgente”, explica.