• maio 21, 2024
  • 7 minutos

Boa notícia: Vale do Lítio atrai R$ 5,5 bilhões em investimentos

Boa notícia: Vale do Lítio atrai R$ 5,5 bilhões em investimentos

Projeto econômico-social do governo de Minas completa um ano com recolhimentos alavancados por novos players no Vale do Jequitinhonha; são 10 mil empregos diretos e indiretos

 

Vale do lítio
O Vale do Lítio completa um ano de funcionamento e tem atraído investimentos de mais de R$ 5 bilhões (Foto: Victor Cruz/Sede)

 

 

O Vale do Lítio é um projeto econômico-social lançado há um ano pelo governo de Minas, é baseado na atração de investimentos privados. Este primeiro ano fechou com resultado significativo para o estado: contribuiu para a superação da marca de R$ 5,5 bilhões em negócios atraídos pela cadeia do lítio mineira até este mês de maio, além da criação de mais de 10 mil empregos, entre diretos e indiretos, na região.

 

 

Leia mais:

Glaucoma: o que é? Dá para prevenir?

 

Idealizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), em maio de 2023, o Vale do Lítio teve o primeiro protocolo de intenções firmado pela canadense Sigma Lithium. O investimento de R$ 2,5 bilhões, anunciado em junho do ano passado, em projeto para extrair lítio no Vale do Jequitinhonha.

 

O Vale do Lítio é formado por 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro.

Esses municípios abrigam a maior reserva nacional de lítio. O mineral é utilizado em diversas aplicações, sendo a mais comum a fabricação de baterias de longa duração, que equipam veículos elétricos e aparelhos eletroeletrônicos. Por isso, será um item bastante demandado nos próximos anos pela indústria, de forma geral.

No mês seguinte, outra mineradora canadense, a Lithium Ionic fechou acordo para aporte de R$ 750 milhões no segmento em Araçuaí, Itinga e Salinas, todos municípios do Vale do Lítio.

Em setembro, foi a vez da Atlas Lithium acertar parceria com o Governo de Minas, anunciando R$ 750 milhões em investimentos. A empresa norte-americana planeja iniciar as operações em Araçuaí até o fim de 2024. Outra companhia que revelou intenção de aportes para Minas foi a Latin Resources Limited, da Austrália: R$ 600 milhões.

Essas empresas se juntam à Companhia Brasileira de Lítio (CBL), há mais de três décadas atuando no Vale do Jequitinhonha e que tem projeto de expansão calculado em R$ 20,5 milhões.

“Os dados revelam que o lítio é, seguramente, um dos elementos mais importantes para a economia do Vale do Jequitinhonha, com potencial legítimo de melhorar a qualidade de vida da população”, destaca o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

Benefícios para os municípios que fazem parte do Vale do Lítio

O programa Vale do Lítio envolve a articulação de diversos órgãos governamentais, estaduais e municipais, para a formulação de políticas públicas destinadas à atração de empresas e investimentos, qualificação da mão de obra, incentivo à tecnologia e fornecimento da infraestrutura necessária para o crescimento da região.

Entre esses investimentos, destacam-se os feitos pelas mineradoras de lítio, que utilizam processos cada vez mais avançados e alinhados às responsabilidades social e ambiental.

Além de gerar oportunidades de empregos mais qualificados, renda, estimular o empreendedorismo em outras áreas para atender à demanda do crescimento do Jequitinhonha, essas companhias têm impulsionado a arrecadação via Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).

Minas Gerais detém, até o momento, toda a produção brasileira de lítio. De acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o valor da produção do mineral no estado deu um salto significativo: de R$ 68 milhões em 2019 para R$ 1,7 bilhão em 2022. No mesmo intervalo, a produção beneficiada de lítio saiu de 47,82 mil t/ano para 143,72 mil t/ano.

A arrecadação de Cfem do mineral, de 2019 a 2023, disparou: de R$ 1,419 milhão para R$ 55,1 milhões. Em 2024, até abril, o recolhimento dos royalties da mineração de lítio já chega a R$ 7,6 milhões.

O subsecretário de Atração de Investimentos e Cadeias Produtivas da Sede-MG e gestor do projeto Vale do Lítio, Frederico Amaral e Silva, destaca que a arrecadação da Cfem é repartida entre União, estados e municípios onde a atividade mineral é realizada, sendo que 65% são destinados ao município.

 

“Isso contribui diretamente para o desenvolvimento local e regional, já que os recursos da Cfem devem ser aplicados em projetos de infraestrutura, saúde e educação. Assim, o município pode viabilizar e estruturar políticas públicas que atenderão à população, revertendo em melhores condições de vida e crescimento socioeconômico”, afirma Frederico Amaral e Silva.

 

O Estado e a União recebem, respectivamente, 23% e 12% dos royalties e, como os municípios, também devem aplicar os recursos em políticas públicas. A extração de minério de lítio no Vale do Jequitinhonha hoje é feita pela CBL e a Sigma Lithium.

“Este recurso não pode ser destinado para o pagamento de dívidas ou para despesas com pessoal. Assim, o recurso arrecadado é revertido para a população, demonstrando a relevância para o desenvolvimento regional”, completa o subsecretário.

Números:

 

  • Em 2023, as exportações de produtos da cadeia do lítio do estado somaram U$ 496,8 milhões;
  • Minas Gerais foi o principal estado brasileiro exportador na ocasião, com 99,3% de participação;
  • Frente a 2022, os embarques mineiros destes produtos do lítio apresentaram crescimento de 52%;
  • Os principais destinos foram China (98,7%), França (0,7%) e Reino Unido (0,2%).

 

 

Leia mais:

Rede Mater Dei: infecção zero