• janeiro 15, 2024
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Especialista alerta: vacina contra o HPV auxilia na prevenção ao câncer do colo do útero

Especialista alerta: vacina contra o HPV auxilia na prevenção ao câncer do colo do útero

Durante o Janeiro Verde, mês de conscientização contra o câncer do colo do útero, oncologista  ressalta a importância de desmistificar a vacina HPV para meninos e meninas dos 9 aos 14 anos

 

medico de vista frontal segurando o modelo anatomico
Durante o Janeiro Verde é importante ressaltar a importância da vacina contra o vírus HPV na prevenção ao câncer do colo do útero (Foto: Freepik)

 

A campanha Janeiro Verde quer alertar sobre a prevenção e a conscientização do câncer do colo do útero que afeta, anualmente, em todo Brasil, mais de 17 mil mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). De acordo com o Inca, para Minas Gerais são estimadas 1.670 novas ocorrências do câncer do colo uterino para cada ano do triênio 2023-2025.

 

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer do colo do útero é considerado passível de erradicação por meio da vacinação contra os tipos do HPV (Papiloma Vírus Humano) oncogênicos mais presentes. Para acelerar a eliminação da doença até 2030, a OMS propõe as seguintes metas: 90% das meninas totalmente vacinadas contra HPV aos 15 anos; 70% das mulheres submetidas a um teste de rastreamento de alta performance aos 35 e aos 45 anos; e 90% das mulheres identificadas com lesões e câncer recebendo tratamento.

 

Durante o mês de conscientização, ressaltar a importância da vacina HPV para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, além das mulheres até 25 anos, torna-se primordial. O oncologista do Cancer Center Oncoclínicas em Belo Horizonte, Pedro Ribeiro, explica que o HPV é uma infecção sexualmente transmissível, que pode levar ao surgimento de um câncer.

 

“Existem vários subtipos do HPV e alguns estão mais associados ao desenvolvimento do câncer. Atualmente, sabemos que a grande maioria das neoplasias do colo do útero então associadas a uma infecção prévia por HPV. A vacina veio justamente para tentar reduzir a infecção e, dessa maneira, diminuir a incidência desse tipo de câncer”, observa.

 

O oncologista explica ainda que a vacina foi desenvolvida com os tipos de HPV mais associados ao câncer. “Dessa maneira, quando a mulher toma a vacina antes de uma exposição ao vírus, ela tem uma chance muito grande em não desenvolver o câncer do colo uterino. Então, esse é o racional por trás da vacina: tomar antes de iniciar a vida sexual pra que não tenha infecção pelo o vírus HPV. Por isso, é extremamente importante que as famílias coloquem essa vacina como prioridade para seus filhos entre 9 e 14 anos.”

 

Uma pesquisa conduzida na Suécia e publicada no The New England Journal of Medicine, em 2020, um dos mais respeitados periódicos científicos do mundo, evidenciou como a vacina contra o HPV está associada a um risco reduzido de mulheres desenvolverem o câncer do colo do útero.

 

O estudo, financiado pela Fundação Sueca para Pesquisa Estratégia, acompanhou durante 10 anos mais de 1 milhão de mulheres vacinadas e não vacinadas contra o HPV, com idades entre 10 e 30 anos. Os resultados mostraram que, entre as meninas e as mulheres que não tinham tomado o imunizante, foram registrados 538 casos de câncer de colo de útero, enquanto apenas 19 casos foram observados naquelas que tinham sido vacinadas.

 

Vacina HPV disponível no SUS

 

Desde 2014, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde no Brasil e está disponível atualmente para todas as crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, segundo informações do Ministério da Saúde. Vale lembrar que a vacina também é indicada para pacientes com câncer, HIV e transplantados (até os 45 anos nas mulheres e 26 anos nos homens).

 

E como é feita a prevenção para as mulheres adultas? O oncologista do Cancer Center Oncoclínicas em Belo Horizonte explica que, nesses casos, é realizada a prevenção secundária com os testes de rastreamento. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o exame citopatológico, o Papanicolau, indicado para mulheres entre 25 anos e 64 anos que têm ou já tiveram atividade sexual.

 

“Os dois primeiros exames de rastreamento são feitos em intervalo de um ano e, a partir dos resultados, podem ser feitos a cada três anos. A mulher que tiver alguma queixa ou sintoma deve procurar o ginecologista. Em mulheres com mais de 64 anos, o exame poderá ser interrompido quando houver, pelo menos, dois resultados normais nos últimos cinco anos”.

 

O Dr. Pedro Ribeiro complementa dizendo que mulheres entre 25 a 65 anos podem fazer a combinação de realizar o teste do HPV com o exame do Papanicolau. “É muito importante que as mulheres façam consultas periódicas com seu ginecologista. O médico é quem irá avaliar caso a caso e fazer um plano de rastreio individualizado”, finaliza.

 

Como identificar tumores ginecológicos

 

Considerado grave e silencioso, em 75% dos casos o câncer ginecológico é descoberto em estágio avançado. Contudo, alguns sintomas podem indicar que algo está errado com o corpo, por isso, fique de olho se houver sangramento vaginal anormal; febre que persiste por mais de sete dias; inchaço abdominal; gases; dor pélvica ou pressão abaixo do umbigo; dor de estômago; alterações intestinais; mamas sensíveis, com secreção, nódulos, inchaço ou vermelhidão; fadiga; vulva e vagina com feridas, alteração da cor ou bolhas e perda de peso sem motivo (10kg ou mais).

 

*Ao sentir alguns desses sintomas, a recomendação é procurar o médico de sua confiança.