• janeiro 16, 2024
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Investimentos privados batem recorde em Minas: R$ 114,4 bilhões

Investimentos privados batem recorde em Minas: R$ 114,4 bilhões

Estado atrai  um volume recorde de investimentos privados em 2023 e contabiliza mais de 180 projetos; a previsão é a geração de cerca de 55 mil empregos permanentes em todas as regiões 

 

Divulgação Usina Coruripe (1)
Usina Coruripe, em Iturama, no Triângulo Mineiro, foi uma das empresas que investiram no Estado em 2023 (Foto: Divulgação/Usina Coruripe)

 

Os investimentos privados atraídos no ano passado, pelo governo de Minas, alcançaram a marca de R$ 114,4 bilhões, um recorde histórico desde 1998, quando foi adotada essa metodologia de medição. De janeiro a dezembro, foram assinados protocolos de investimentos de 189 projetos, que preveem a geração de cerca de 55 mil empregos permanentes em todas as regiões de Minas.

 

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O antigo recorde era de 2021, quando foram atraídos R$ 104,3 bilhões, equivalente a R$ 113,3 bilhões em valores atuais, corrigidos pela inflação. Ao todo, desde 2019, o estado soma mais de R$ 387 bilhões em investimentos atraídos, com a previsão de geração de 191 mil empregos em mais de 650 projetos.

 

“Cada vez mais as empresas estão percebendo esse novo momento que vive Minas Gerais, de mais apoio a quem empreende e gera riqueza, e vindo se instalar aqui. Isso vem se refletindo na geração de empregos, que, segundo o Caged, chega a um saldo de quase 200 mil vagas somente em 2023. Essa é a política mais eficaz para melhorar a vida das pessoas, oferecendo trabalho e dignidade, para que elas cresçam e se desenvolvam”, afirma o governador de Minas, Romeu Zema.

 

Investimentos e oportunidades

 

Os setores que mais atraíram investimentos foram os de Infraestrutura (R$ 60,2 bilhões), Energia Solar (R$ 20 bi), Sucroalcooleiro (R$ 12 bi), Minerais Estratégicos (R$ 5 bi) e outras energias (R$ 3,9 bi), que contribuíram significativamente para a geração de empregos em 2023.

 

Uma das vagas abertas foi ocupada pelo operador José Alves de Paula Neto, de 23 anos, recém-contratado para trabalhar no terminal ferroviário da Usina Coruripe, que atua no setor sucroenergético. Os investimentos da empresa tiraram ele e muitos colegas da fila do desemprego, que já durava meses.

 

“Essa vaga mudou completamente a minha realidade, pois hoje tenho um salário estável, consigo honrar meus compromissos e buscar minhas conquistas. Já tenho meu carro e pretendo construir uma casa. Por incentivo da empresa, decidi também voltar a estudar e hoje faço um curso superior na minha área, para aprender mais e passar esse conhecimento adiante”, conta.

 

As vantagens de estar em Minas Gerais fizeram a Docol inaugurar uma fábrica em 2023 em Poços de Caldas, no Sul do estado. O grupo investiu cerca de R$ 221 milhões no empreendimento, que vai gerar em torno de 350 empregos permanentes nos próximos três anos. A unidade de produção será responsável por uma extensa linha de produtos, incluindo bacias com caixa acoplada, cubas de embutir e sobrepor e tanques de lavar roupa.

 

“A decisão de estabelecer a nova fábrica em Poços de Caldas ocorreu após a avaliação de diversos estados e municípios e se baseou em uma série de fatores estratégicos. A cidade oferece uma infraestrutura robusta, mão de obra qualificada e maior proximidade aos fornecedores de matéria-prima, juntamente com o estado de São Paulo e outros grandes centros consumidores”, disse o presidente da Docol, Guilherme Bertani.

 

Tecnologia em mobilidade

 

Outro destaque de investimento em 2023 é a parceria entre a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a multinacional japonesa Toshiba. Essa colaboração resultará na produção de uma nova geração de baterias, utilizando lítio e nióbio, com potencial para revolucionar o mercado global de veículos elétricos. Os detalhes foram apresentados para o governador Romeu Zema durante missão especial à Ásia, em novembro.

 

O lítio, abundante no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, se junta ao nióbio, com 80% da produção mundial concentrada em Minas Gerais, para criar baterias com maior durabilidade, com carregamento ultrarrápido e recarga total em menos de dez minutos. Uma revolução que promete tornar os veículos elétricos ainda mais acessíveis e eficientes.

 

Para isso, a CBMM investiu R$ 306 milhões na ampliação da capacidade produtiva de Óxidos de Nióbio, incluindo a construção de uma nova planta em Araxá, no Alto Paranaíba, com capacidade produtiva de 3 mil toneladas anuais.

 

“Com inauguração prevista para este ano, a planta possibilita a geração de empregos qualificados para Araxá e região. O material produzido será aplicado em células de baterias de lítio a serem fabricadas pela Toshiba promovendo benefícios como segurança, carregamento ultrarrápido e maior vida útil, requisitos técnicos obrigatórios para eletrificação de ônibus elétricos, trens, navios, sistemas de estocagem de energia bem como outras aplicações industriais. Essas baterias serão testadas pela primeira vez em um modelo de ônibus elétrico- em desenvolvimento pela Volkswagen- e entrarão em produção em nossa planta industrial de Araxá ainda no início deste ano”, detalha o head de Baterias da CBMM, Rogério Ribas.