• março 6, 2024
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Pintas na pele? Saiba como identificá-las

Pintas na pele? Saiba como identificá-las

Mapeamento Corporal Total com Dermatoscopia Digital é o nome do exame avançado para detecção precoce de lesões novas; dermatologista fala sobre a importância da prevenção ao câncer de pele

 

Câncer de pele-médica examinando
A prevenção ao câncer de pele pode ser realizado por meio de exames avançados (Foto: Freepik)

 

 

Devido às características do clima brasileiro, o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no País, responsável por cerca de 30% de todos os casos de tumores malignos registrados, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para Minas Gerais, o Inca apontou que durante o triênio 2023-2025 serão 26 mil ocorrências do tipo não melanoma a cada ano, e 900 registros de melanoma (tipo da neoplasia mais agressiva).

 

 

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Para frear cada vez mais esse tipo de neoplasia, a tecnologia tem auxiliado a ciência nas ações preventivas com procedimentos avançados como o Mapeamento Corporal Total com Dermatoscopia Digital.

 

De acordo com a dermatologista do Hospital Vila da Serra, Cristiane Cárcano, nesse exame é utilizado um equipamento revolucionário que combina tecnologia de imagem de alta resolução e inteligência artificial para uma avaliação abrangente. Por esse método é possível identificar, quantificar e analisar de forma precisa as pintas ou sinais da pele.

 

“Com esse exame todo o corpo é fotografado inicialmente e, na segunda etapa, as pintas são avaliadas por Dermatoscopia Digital. Esse procedimento é indicado para quem tem muitas pintas pelo corpo, para quem já teve melanoma ou tem história familiar e também para quem já teve um câncer de pele do tipo não melanoma, onde há uma chance muito maior de ter a doença novamente”, explica.

 

Dermatoscopia auxilia na investigação das pintas na pele

 

Outro procedimento que também está disponível nos consultórios dermatológicos é a dermatoscopia feita com um aparelho de mão. Esse é um método não invasivo e permite a avaliação das lesões de pele, cabelos e unhas. Essa técnica deve ser utilizada como método complementar ao exame físico da pele do corpo inteiro.

 

Exame feito em casa pela regra ADCDE

 

Além dos procedimentos disponíveis nos consultórios médicos, a dermatologista revela que a prevenção pode começar dentro de casa. “Cada pessoa pode observar suas pintas seguindo a regra ABCDE”, diz.

 

E o que significa cada letra dessa especificação?

 

O ‘A’ é derivado de assimetria:

As lesões benignas tendem a ser mais simétricas, mais regulares. Já as lesões malignas tendem ser assimétricas.

 

O ‘B’ é de borda:

É para observar se uma pinta apresenta um contorno muito irregular.  Porque as lesões benignas, em geral, apresentam um contorno (ou borda) regular.

 

O ‘C’ é de cor:

As lesões malignas em geral possuem mais de uma cor. Importante observar isso em pintas.

 

A letra ‘D’ é o diâmetro:

Quando a pinta possui mais de 5 milímetros merece atenção especial.

 

O ‘E’é de evolução:

É importante ficar de olho quando há mudanças muito rápidas em uma pinta ou sinal.

 

“A evolução de uma lesão ou pinta significa qualquer modificação, porque qualquer lesão que evolui e modifica, cresce e sangra espontaneamente, possui uma coceira persistente, muda de textura ou de cor é uma lesão que precisa ser monitorada”, informa a dermatologista Cristiane Cárcano.

 

Quais os tipos de câncer de pele?

 

Melanoma

Pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele, nas unhas ou nas mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. O melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas da pele e, apesar de mais raro que os demais câncer de pele, é considerado o mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). O prognóstico desse tipo de neoplasia pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial.

 

Não melanoma

Tem alta chance de cura, desde que seja detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, o não melanoma é o mais frequente e de menor mortalidade, mas pode deixar mutilações bastante expressivas se não for tratado adequadamente.

 

E quais os mais frequentes?

 

Carcinoma basocelular: o mais comum e também o menos agressivo. Se caracteriza por uma lesão (ferida ou caroço) em geral de cor rosada ou da cor da pele, com borda brilhante e costuma ter um crescimento lento. Pode sangrar com o crescimento da lesão. Em geral, não dói. O diagnóstico e tratamento precoces fornecem alta taxa de cura.

 

Carcinoma epidermoide: também surge por meio de uma ferida ou sobre uma cicatriz, principalmente aquelas decorrentes de queimadura. Pode aparecer em qualquer local da pele, mas tem preferência por áreas que tomaram muito sol ao longo da vida. Pode crescer lento ou rapidamente, dependendo do subtipo do tumor. A maior gravidade do carcinoma epidermoide se deve à possibilidade de apresentar metástase (espalhar-se para outros órgãos). O diagnóstico e tratamento precoces geram alta taxa de cura.