• agosto 12, 2023
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Presença paterna: como ela é decisiva na vida de uma criança

Presença paterna: como ela é decisiva na vida de uma criança

Entenda como a presença paterna molda vidas. Desde conexões emocionais, limites afetivos, até um crescimento saudável que se reflete na vida adulta

Helena Ivo (*)
Presença paterna. Foto: kelly-sikkema-FqqaJI9OxMI-unsplash
Presença paterna. Foto: kelly-sikkema-FqqaJI9OxMI-unsplash

Uma jornada de afeto e construção psíquica

A figura paterna desempenha um papel crucial no desenvolvimento saudável de uma criança. O impacto da presença ativa e afetuosa do pai vai muito além do simples cumprimento de responsabilidades parentais. A conexão entre pai e filho é, antes de tudo, uma jornada de amor, aprendizado e construção psíquica, o que molda a personalidade, a autoestima e a resiliência da criança. Neste artigo, exploraremos a importância dessa conexão paterna, considerando as contribuições valiosas de Ana Carolina Almeida, Psicóloga há 20 anos, com Especialização em Psicanálise. 

A construção do vínculo pai-filho: da projeção à humanização

Desde antes do nascimento, os pais têm sonhos e expectativas sobre seus filhos. A imaginação flui, antecipando as primeiras interações, as descobertas e as aventuras compartilhadas. A figura paterna é uma parte essencial dessa projeção, pois o pai é visto como aquele que transmitirá regras, valores e sabedoria. A construção psíquica da criança começa aqui, com essa expectativa amorosa e cheia de esperança.

O bebê nasce, e é nesse momento que o papel do pai se torna crucial. O cuidado e o afeto oferecidos pelos pais são os alicerces sobre os quais a criança começa a se desenvolver. O colo do pai, suas palavras gentis e seu envolvimento emocional são os elementos que “humanizam” o bebê, dando-lhe a sensação de segurança e pertencimento. As interações constantes entre pai e filho, como a interpretação dos gestos, olhares e movimentos, formam, portanto, a base para a comunicação, a empatia e a compreensão emocional.

Foto: pexels-ketut-subiyanto-4546025
Foto: pexels-ketut-subiyanto-4546025

O papel do pai na regulação emocional da criança

A presença paterna vai além de fornecer um senso de segurança. Ela desempenha um papel crucial na regulação emocional da criança. Quando um bebê chora, é o pai que também deve responder. Esse ato é mais do que uma simples resposta às necessidades físicas da criança; é um ensinamento sobre como lidar com emoções.

Quando o pai responde ao choro do bebê com cuidado e acolhimento, está mostrando ao filho que suas emoções são válidas e que ele não está sozinho. Esse vínculo ajuda a criança a desenvolver a “auto-regulação”. Ou seja, permite que ela aprenda a lidar com sentimentos de frustração, medo e alegria.

A presença e a resposta sensível do pai diante das emoções da criança criam, portanto, um ambiente seguro para a exploração emocional, facilitando o desenvolvimento de uma base sólida para a inteligência emocional futura.

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A importância da presença paterna na adolescência

A adolescência é uma fase de transformações, auto exploração e busca por identidade. Por isso, durante esse período, o papel do pai continua sendo de extrema relevância. Embora os adolescentes possam se afastar em busca de autonomia, testando limites e questionando autoridades, a presença paterna ainda é crucial.

O pai, nessa fase, deve ser um suporte emocional, uma referência e um modelo de comportamento. Com isso, sua capacidade de oferecer suporte, compreensão e diálogo aberto é essencial. A presença do pai como um ouvinte atento, alguém com quem o adolescente pode compartilhar suas preocupações, anseios e conquistas, por fim, cria um ambiente que estimula o crescimento saudável. O adolescente observa o pai enfrentar desafios, lidar com emoções e resolver problemas, absorvendo esses comportamentos como parte de seu próprio desenvolvimento.

Construindo um futuro com vínculos fortes: o papel da tecnologia e do tempo de qualidade

Da mesma forma, em um mundo digital cada vez mais presente, é essencial que o pai mantenha uma conexão real e significativa com seus filhos. As telas podem ser tentadoras, mas a verdadeira conexão ocorre “olho no olho”. A psicóloga Ana Carolina Almeida nos alerta sobre a importância de estabelecer uma “rede de fibra ótica” com nossos filhos, uma conexão segura e de alta qualidade.

Ao passo que o tempo de qualidade é valioso, é igualmente importante a quantidade de tempo que passamos com nossos filhos. Com a crescente demanda do mundo contemporâneo, equilibrar responsabilidades profissionais e familiares é um desafio. É fundamental que os pais façam ajustes na rotina para garantir sua presença na vida dos filhos.

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Educar com limites, afeto e presença

O pai é um transmissor de valores e regras. No entanto, esses limites não devem ser impostos de maneira autoritária. A psicóloga Ana Carolina Almeida enfatiza a importância de um limite acolhedor, onde o pai oferece apoio, compreensão e ensina a criança a lidar com responsabilidades. O pai deve ser um modelo de tranquilidade, amor e equilíbrio, enfrentando conflitos com serenidade.

Os pais também devem permitir que seus filhos cometam erros e aprendam com eles. Dar espaço para que a criança assuma responsabilidade por suas ações é uma parte vital do processo de aprendizado. O pai deve estar presente para guiar, aconselhar e, quando necessário, impor limites firmes, sempre com amor e compreensão.

Um presente duradouro

A presença paterna é, portanto, uma dádiva que molda o presente e o futuro das crianças. Através de vínculos fortes, afeto, limites saudáveis e uma presença constante, os pais podem contribuir para o desenvolvimento integral de seus filhos. A psicóloga Ana Carolina Almeida nos inspira, ainda, a sermos pais presentes, dispostos a compreender, amar e guiar nossos filhos em suas jornadas de crescimento. No Dia dos Pais, celebremos essa relação valiosa e dediquemos-nos a construir um futuro repleto de vínculos fortes e significativos com nossos filhos.

“Conexão Dia dos Pais” é o nome do próximo evento com a psicóloga, que há 20 anos atende crianças, adolescentes e orienta famílias. Essa é mais uma de suas palestras com o intuito de auxiliar ativamente mães que se percebem esgotadas com a criação dos filhos, que muitas vezes não é tão reconhecida pelos pais. O objetivo de Ana Carolina Almeida é orientar e acolher as demandas no desafio da criação dos filhos.

Saiba mais

Instagram: @carol.amorimpsi 
E-mail: [email protected]

(*) Especial para o Cidade Conecta (**) O artigo contém publicidade