Inadimplência: faxina financeira pode ajudar

Planejamento financeiro neste início de ano evita inadimplência e permite criar reserva de emergência; economista dá dicas para controlar seu dinheiro e quitar dívidas 

 

 

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que o endividamento das famílias brasileiras, em 2023, alcançou índice de 76,6%. São contas a vencer com cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e da casa.

 

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Sabemos que todo início de ano é marcado por compromissos financeiros como IPVA, IPTU, materiais escolares, matrículas, dentre outros . Com tantas contas a pagar, é comum que as famílias comprometam parte da renda e, em muitos casos, a inadimplência já começa ainda no primeiro mês do ano.

 

“O planejamento financeiro é fundamental para fugir ou, pelo menos, amenizar esta situação e evitar a inadimplência. Essa atenção vale, especialmente, para a população entre 65 e 90 anos que, em sua maioria, é a principal responsável pelas contas da casa”, alerta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.

 

A economista da entidade, Ana Paula Bastos, sugere algumas dicas para controlar as finanças neste primeiro trimestre. “O primeiro passo do planejamento é listar as contas e definir a prioridade de pagamento. Calcular as multas e os juros de cada uma delas ajuda a decidir quais serão pagas primeiro”, afirma a economista.

 

Aproveite os descontos para sair da inadimplência

 

No mês de janeiro é comum que muitos órgãos públicos concedam descontos, então, essa é a hora de aproveitar. “Os órgãos públicos geralmente concedem descontos para pagamentos à vista. Em Belo Horizonte, a prefeitura oferece 6% de desconto para quem quitar o IPTU até o dia 31 de janeiro. Já para o IPVA, o Programa Bom Pagador oferece 3% de redução do valor para os contribuintes que estão regulares há, pelo menos, dois anos”, diz Ana Paula.

 

A economista ainda completa: “As escolas particulares, em sua maioria, também disponibilizam bolsas de estudos e valores especiais para a atração de novos alunos ou retenção dos antigos. Todos esses descontos têm impacto positivo na renda”, explica Ana Paula Bastos.

 

Parcelamento pode ser uma saída

 

Ainda de acordo com o levantamento da CNC, o cartão de crédito ainda é o mais usado pelos endividados, e atingiu 87,7% do total de devedores, o que significou aumento significativo na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando ficou em 86,4%.

 

“Em casos onde não há o desconto para pagamento à vista, o parcelamento sem juros pode valer a pena. Pois, além de diluir o valor e reduzir o peso de uma compra grande, sobra um valor no orçamento que pode ser direcionado para outras aquisições ou quitação de contas”, indica a economista da CDL/BH.

 

Como fazer a faxina financeira

 

“Aproveitar o início do ano para fazer uma limpeza nas finanças é uma ótima dica para quem precisa se organizar. Exclua os excessos de consumo, adeque suas compras à sua realidade e, se possível, faça uma reserva financeira com o valor que sobrar após a faxina”, finaliza Ana Paula.