• julho 18, 2023
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Prefeitura de BH quer construir 4,5 mil casas na área do antigo aeroporto Carlos Prates

Prefeitura de BH quer construir 4,5 mil casas na área do antigo aeroporto Carlos Prates

O plano da PBH para a construção de um novo bairro no local foi apresentado aos moradores da região, nesta segunda-feira, 17

(Foto: Adão de Souza/ PBH)
(Foto: Adão de Souza/ PBH)

A área de mais de 500 mil metros quadrados, onde funcionava o antigo aeroporto Carlos Prates, já tem proposta de virar um bairro, de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte. Nesta segunda-feira (17) o plano intervenções foi apresentado à imprensa e moradores da região, e já está sob análise na Secretaria de Patrimônio da União (SPU), enquanto transcorre o processo para transferência da área para a PBH.

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Para a elaboração da sugestão de ocupação, foi realizado um diagnóstico que incluiu análise da área de entorno, malha urbana, zoneamento, densidade demográfica, usos da região (predominantemente residencial), tempo de acesso a pé para escolas, centro de saúde, comércio e equipamentos culturais.

“Esta é uma proposta inicial da Prefeitura, que ainda poderá sofrer adequações. A orientação do prefeito Fuad Noman é uma destinação social para a área e, dentro do possível, atendendo às reivindicações e anseios de quem vive na região. Foram realizadas 17 reuniões com a comunidade antes de elaborar essa proposta, e estamos bertos a quantos encontros mais forem necessários”, explica Pedro Maciel, subsecretário de Planejamento Urbano.

Detalhamento da área

Estudo técnico apontou que o entorno imediato da área apresenta baixa densidade demográfica (0 a 72 habitantes por hectare), sobretudo na porção sul e leste. A região possui ainda um elevado coeficiente de adensamento (fator usado para medir o quanto de área pode ser construída), o que favorece a produção habitacional com elevada densidade, associada à implantação de comércio, serviços e equipamentos de uso coletivo.

A partir desses dados, a proposta elaborada prevê a construção de 4,5 mil moradias com modelos e tamanhos diversificados. As unidades de interesse social serão divididas em 2,2 mil imóveis para baixa renda (até R$ 3,3 mil) e 950 para renda em torno de R$ 6,6 mil. Outros 30% do total (1.350) serão para livre comercialização, ou seja, uma conjugação de habitação social e de mercado.

A proposta inclui ainda espaço destinado à implantação de unidades para comércio e serviço, equipamentos coletivos (escolas de ensino infantil e fundamental, centro de saúde e UPA) e um parque para a prática de esportes, cultura e lazer – espaço esse considerado um elemento central e integrador do bairro que se pretende construir no local.

A previsão é que a ocupação de todo o terreno ocorra de maneira gradual. Para o financiamento das intervenções, a PBH estima o uso de recursos próprios, programas de financiamento do governo federal e parcerias com a iniciativa privada.

Mobilidade urbana

Para minimizar os impactos viários do empreendimento, a proposta envolve a criação de novos acessos para a região, com ligação aos dois grandes corredores de tráfego locais – a avenida Pedro II e o Anel Rodoviário –; a implantação da Estação de Integração São José, que beneficiará os usuários do transporte coletivo de toda a região, oferecendo novas alternativas de deslocamento; e a adequação do sistema de transporte coletivo para atender os novos passageiros, com o reforço das linhas existentes e criação de novas linhas à medida que a área for ocupada.

O projeto de urbanização da área interna do empreendimento deverá contemplar a criação de vias calmas que priorizem os deslocamentos não motorizados. A intenção é concentrar o trânsito de veículos em algumas vias principais, garantindo um ambiente mais seguro e agradável para os deslocamentos a pé ou por bicicleta, com calçadas largas e arborizadas e ciclovias interligando os principais pontos de interesse.

Transferência da área

A Prefeitura de Belo Horizonte mantém com o governo federal um convênio de guarda e vigilância da área onde funcionava o aeroporto Carlos Prates, que se extingue em 30 de setembro. Até lá, a expectativa é que o processo de transferência definitiva da área para o município esteja concluído.

Linha do tempo da desativação do aeroporto:

  • Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) desativa pousos em 1º de abril;
  • Dia 30 de maio as decolagens foram proibidas;
  • Anac autoriza a identificação do X pintados na área, símbolo que interdita definitivamente a pista para aeronaves;
  • Em 5 de julho, a Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária publicou a Portaria 11.810/23, que excluiu o aeródromo Carlos Prates do cadastro, fechando-o ao tráfego aéreo.
  • Prazo para a retirada do mobiliário e esvaziamento do local é 31 de julho;
  • Está marcado para a primeira quinzena de agosto nova vistoria de técnicos do governo federal.